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Filme: Grace - entre a fé e a fama


Nome Original: Grace Unplugged (dã, Sammy, está no banner acima 🤦🏻)
Ano: 2013
Gênero: Música/Drama
Duração: 1h58m
Direção: Brad J. Silverman


Sipnose:


Aos 18 anos de idade, Grace Rose Trey é uma cantora gospel de grande sucesso em sua vizinhança e na sua igreja, onde canta todos os domingos. 
Seu pai, Johnny, teve uma carreira de músico e chegou a emplacar um grande sucesso décadas atrás, mas logo foi esquecido e acabou abandonando o mundo das artes para se dedicar a fé cristã.

 Um dia, Grace recebe a proposta de se mudar para Los Angeles e tentar a carreira como ídolo pop, ou "a nova Katy Perry", segundo o empresário Frank Mostin. Sem avisar os pais, Grace abandona o lar e parte para Los Angeles, onde suas crenças serão testadas pelo concorrido mundo do estrelato...


🎸


O filme é legalzinho e não chega a ser uma obra espetacular. Não é memorável. Não fede e nem cheira. E esse é o problema.



Como eu definiria Grace Unplugged?

Raso.

É como eu o definiria. Um filme extremamente razoável.

 Tudo fica na superfície, e somente na superfície e de lá não sai por nada no mundo. Por um momento, até mesmo cogitei estar assistindo à alguma película do Disney Channel do quão néscio era este roteiro, diante de tamanhas facilidades que o script propunha para a protagonista. Não há qualquer sombra de desenvolvimento ou mudança de caráter na mesma. Temos uma Grace chateadinha com o pai, uma Grace que quer ser ousada, uma Grace arrependida, mas é tão linear a atuação da atriz, que até o mínimo esforço dela em tentar ser convincente foi em vão. 

Brad J. Silverman outrora dirigiu Amor Sem Limites, filme da qual tenho algum apreço, pois o assistir várias e várias vezes com a minha irmã, e já falei um pouco no Blog, porém, aqui em Grace Unplugged o diretor perdeu completamente a mão de seu projeto.




Ah, e eu preciso falar desse subtítulo que "adaptaram" para as terras tupiniquins. Entre a Fé e a Fama? Sério isso?! Mais óbvio que isso seria "Grace - A Filha do Pastor Que Quer Ser Famosa" (mesmo seu pai não sendo pastor... não lembro.. já esqueci muita coisa deste dito filme). Grace Unplugged é até um trocadilho inteligente, que se fosse traduzido corretamente seria, Grace Desconectada, que combinaria tanto com o nome da protagonista (pois Grace quer dizer Graça), quanto à própria graça que Jesus nos deu quando morreu por nós na cruz, e que Grace recusa-a pois almeja usufruir dos prazeres do mundo. Entendeu? Graça Desconectada, Grace Desconectada... Mas, não. Optam pelo caminho mais fácil e mais nonsense possível. 

Voltando ao filme...


Tentaram replicar a Parábola do Filho Pródigo como vista nos escritos de São Lucas capítulo 15 versículo 11 ao 32, todavia, sem o sofrimento que outrora o filho pródigo passara. A ideia do filme parecia tão boa... Menina de igreja que deseja conquistar o mundo e vira as costas para seu pai religioso e para a igreja (soa muito como Preacher's Kid), porém a execução da ideia, esta não foi nada bem executada. 

Tudo na vida de Grace parece perfeito. E nem mesmo quando a mocinha vira as costas para a igreja, e joga-se no mundo, sua vida parece tão bagunçada assim. Tudo continua perfeito e cor-de-rosa para a moça.

É uma história razoável de uma filha que quer conhecer o mundo, mas seu pai a protege e isso a incomoda. Na igreja, durante o louvor, Grace faz o seu show próprio. Ela não quer somente adorar a Deus, ela quer também ser adorada. Deseja que todos adorem as suas músicas e a sua potente voz. 




Ela e o pai discutem bastante. Grace se acha bastante adulta e madura, ela quer principalmente que as pessoas "curtam" suas músicas, sonho que mais tarde ela conta para o empresário. Quando ela foge de casa, não se importa em como ficará sua mãe ou seu pai, corre apenas atrás de seu próprio benefício.

Lembram quando eu falei sobre o filme "Bebê de Outubro", e em como achei a Hannah uma protagonista irritante e ingrata? O mesmo se aplica à Grace. Ela não é somente irritante e ingrata, é mimada também, o que fez-me não ter nenhum apego à ela e pouco importar-me se ela iria comer, ou não, o pão que o diabo amassou. Não sei qual a razão por trás dessa obsessão em escrever personagens tão irritantes. Sério, HollyWood, pare já! Isso não as torna humanas ou suscetíveis a errar. Só as tornam chatas e esquecíveis. Ah, se todas tivessem a personalidade vibrante da Rapunzel...


*Pigarro*

Ao chegar na tão sonhada gravadora, tudo aos olhos de Grace é encantador e magnífico. Ela se apaixona por um famoso, e acha que é correspondida, até descobrir que tudo faz parte da chamada "Jogada de Marketing". Ela não consegue compor nenhuma música boa, pois não tem inspiração suficiente para fazê-la.

Até os amigos que fez, ela percebem que são falsos. É o preço de show business. Não, Grace não usa drogas, nem nada do tipo. O sofrimento dela é superficial como mostrado no filme. Essa seria a grande chance para o filme mostrar como realmente de fato funcionam as coisas por detrás das cortinas da fama. O abuso de drogas, álcool, a vida regada à luxúria, a prostituição, depressão e sofrimento, tudo isso que citei são problemas que existem no meio artístico, e ocorrem tanto no meio mundano quanto no gospel, mas o filme não aborda nenhum deles. O filme não se arrisca, talvez, por medo da rejeição do público. E outra vez, peguei pensando se não estava assistindo à alguma cópia de Hannah Montana (Outra Hannah, não. Poupe-me dessas Hannah's).

Aqui o sofrimento de Grace, como eu outrora disse, é muito superficial. Ela se sente sozinha, em um mundo desconhecido. Tudo o que ela queria era superar o seu pai, tanto que em uma determinada cena do filme seu pai briga com ela, e ela joga todo o passado sujo de seu pai na cara dele como forma de castigá-lo por minar seus sonhos, e seu pai não diz nada, apenas olha que a sua garotinha crescera e virou uma menina rebelde, mimada e sem experiência de vida. Mas, até isso fez-me ter a impressão de que não passa de um mero "Problema de Gente Branca".

Um outro problema é que o filme é muito longo. Quase duas horas, Senhor! Não tenha paciência para tanta enrolação. E como esse filme enrola... A história poderia muito bem ter sido contada em 1h30m ou menos. E fora, que é um filme musical. Aí já viu: filme musical + garota branca mimada = meu cérebro em modo automático.

Na minha opinião, o filme até tenta ser bom, no entanto, muito aborrece-me o fato de Grace ser cristã e ao mesmo tempo querer fazer parte do "mundo" ( quem é cristão me entendeu), tanto que a ídolo dela é uma cantora Pop. Pergunto-me o que essa garota tem aprendido na Escola Bíblica Dominical.


Tem coisas boas? Apenas no momento em que ela realmente entende o significado de louvar a Deus. 

Talvez eu recomende que assistam, vide que fiquei mais aborrecida que agraciada com o filme. Soa como um filme que passaria ou no Cinema Em Casa, ou na Sessão da Tarde. Mas, ainda acho que vale uma segunda visita.





Comentários

  1. @Marylane08:24

    Também acho que esse filme devia ter ido mais a fundo sobre o tema. Achei meio raso. Critica muito boa. :))

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  2. Ai eu quero assistiiiir!!!!

    www.byanak.com.br

    ResponderExcluir

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