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Lightyear é um desastre cinematográfico


Haverá spoilers. Ou não. Sei lá. 

Algumas palavras podem ter saído erradas, porque estou escrevendo em um tijolo! De antemão, peço desculpas pelos screenshots estarem em péssima qualidade. A porcaria do meu aplicativo de celular do Disney+ não permite capturas de tela, então tive de me virar nos trinta.

Sei que falar sobre esta animação a esta altura do campeonato é como enxugar gelo, mas não custa tentar.

Lembro claramente de estar ansiosa e querer assistir a este filme no cinema, mas como a pipoca está cara e ingressos não dão em árvores, resolvi que esperaria a produção sair no Disney+, porque afinal de contas estou pagando pelo serviço deles. 

Mesmo após sair uma chuva de críticas negativas, eu me mantive esperançosa. 

E o dia então chegou. Finalmente viria para o catálogo do Disney+.

E foi tudo em vão.

Que grande decepção!

Nunca pensei que pudesse assistir uma animação pior que Carros 2!

Lightyear é um desastre de filme.

Nem mesmo o sentimento nostálgico salva esta ode desastrosa.

O que acontece quando você tenta misturar  Interestelar e Perdido em Marte, adicionar personagens caricatos e sem desenvolvimento, junto a uma história sem sal (e uma grande forçada de barra vinda de uma certa turminha aí), e tritura todos esses elementos no liquidificador? Sai esse troço indigesto chamado Lightyear.

O filme começa com uma epígrafe que tenta apelar para o lado nostálgico, com os dizeres:

"Em 1995, um menino chamado Andy ganhou um Buzz Lightyear de aniversário. Era do filme preferido dele. Este é o filme."

E é aqui que reviro meus olhos. 🙄

Vamos tirar esta pedra do caminho: Lightyear NÃO é uma sequência, prequela ou spin-off de Toy Story. Ele é um produto derivado. PORÉM, meio que Toy Story é uma muleta para ele, pois como afirmado pelo próprio filme, ESTE é o filme que o Andy GOSTOU, pois conta a história do astronauta que virou o brinquedo. E eu duvido muito de Andy ter visto este filme e gostado.

Se este é um filme que deveria se passar nos anos 90, por que não se parece em nada com as produções daquela época? Eles nem sequer tentaram assemelhar o filme como se fosse uma película lançada nos anos 90. Ao meu ver, Lightyear seria um remake do filme dos anos 90 que Andy gostou.

Em algum momento, eu até pensei que o filme seguiria a trama da série de TV, "Buzz Lightyear do Comando Estelar", que se não me falha a memória era uma série animada dos anos 2000 até que legalzinha. Não chegava a ser um primor da animação, mas era bem decente. 

Eu gostava quando era pequena, talvez, se eu for assistir outra vez, não goste muito. Mas, ao menos, não passaria raiva como foi com este dito cujo.

O filme tem a história batida do personagem principal que quer "trabalha sozinho" e que "não precisa de ajuda", para no desenrolar da trama ele se apegar às pessoas, e perceber que algumas vezes, ele precisa trabalhar em equipe. Entretanto, mostraram a personalidade do Buzz através de um diálogo expositivo feito da forma mais preguiçosa possível. Tornaram Buzz em uma caricatura desagradável e com 3 minutos de filme eu já estava torcendo para que ele fosse comida de alienígena. Sério, esqueça o Buzz de Toy Story, pois este do filme em NADA se parece com o Buzz original. Buzz é impulsivo e arrogante e todas as suas ações impensadas resultam em problemas para os demais. Ele mais atrapalha que ajuda.

Por causa de sua imprudência, sua nave e tripulação ficam presos em um planeta hostil com cipós que brotam do chão (❗❗) para atacá-los. No entanto, com o passar dos meses, eles se adaptam e formam uma Colônia no planeta. A missão do Buzz, agora, é achar um cristal de hipervelocidade para tirá-los daquele lugar. A explicação é bem chata e em boa parte, não entendi bulhufas.

Acho estranho como Buzz danificou uma nave e deixou todo mundo preso em um planeta estranho, e ninguém, absolutamente ninguém ficou chateado ou enfurecido com ele. Essa sim foi a parte irrealista do filme.

Enfim, Buzz testa um novo cristal de hipervelocidade, e como é esperado, algo sai errado, pois o cristal não acelerou apenas a nave. Ele saltou o tempo. Ou dilatou o tempo como preferir. Buzz perdeu quatro anos da vida dele. Para ele, foram apenas 4 minutos no espaço. Alisha Hawthorne, sua parceira está noiva de uma mulher (mais sobre isso depois), e eles tentam fazer a piada do filme Frozen sobre não ficar noiva de quem você não conhece, mas Hawthorne explica que está noiva há 3 anos.

É... o filme tem time skip. 😒 Tem coisa mais preguiçosa que isso? Daí a minha comparação com Interestelar. Só que Interestelar é um filme muito melhor.

Continuando...

Buzz ainda insiste com a ideia de continuar em busca de uma maneira de tirá-los daquele lugar. Ele conhece Sox, que está aqui apenas para ser o motivo das risadas dos miúdos (e vender uma porrada de brinquedos, é claro). Acredite em mim, Sox é a única parte boa do filme. Ainda acho que existe uma piadinha suja no nome dele, pois "Sox" tem a mesma sonoridade de "sucks" (porcaria, m3rd@), mas é só uma teoria minha.

E é aqui quem vem a primeira falha: se Sox fazia parte do filme do Buzz Lightyear em 1995, por que em nenhum dos filmes do Toy Story, o tal gato não é citado? Por que não há brinquedos do Sox nas prateleiras da loja em Toy Story 2? E se ele era algo tão importante para o Buzz, por que o Buzz (brinquedo) nunca falou a respeito dele, levando em consideração que o brinquedo achava que era um ser humano.

E ninguém percebeu que os homenzinhos verdes (aqueles que falam "o Garra") não estão neste filme, sendo que claramente fazem parte do universo do Lightyear? E a propósito, cadê os alienígenas? O filme só tem humanos! Por mais diversidade alien.

Ademais, Sox é uma óbvia referência a Jonesy, o gato alaranjado da Ripley (do filme Alien). Mas, hey, qual criança vai se importar com uma referência que os adultos sequer se importam também?

Buzz continua obsessivo em continuar sua missão, mesmo sabendo que tudo dará errado. Quando retorna, há outra dilatação no tempo e Hawthorne está grávida (❗❗). Mais uma vez, Buzz sofre com a dilatação no tempo, e o filho de Hawthorne já tem seis anos de idade. Buzz sempre tenta insistir em sua missão de novo e de novo, vendo as consequências de seus atos em sua amiga, cujo tempo passa para ela e não para ele. Tudo isso, seguido por uma música triunfal quando claramente é um momento deprimente. Buzz está perdendo tempo (e metade da passagem de sua vida), com algo que claramente não está dando certo. Não há nada de triunfante nisto.

Buzz não aceita o fato de que os outros se acomodaram e querem ficar no planeta, e após os cálculos de Sox, decide tentar mais uma vez completar sua missão. E consegue ativar a hipervelocidade. Porém, já se passou 22 anos, e o lugar que ele antes conhecia encontra-se diferente demais.

Ele conhece Izzy Hawthorne, neta da Comandante Hawthorne, e ele também fica a par a respeito de uma ameaça chamada Zurg (ou é assim que o barulho dos robôs fazem, mais sobre isso mais tarde). Buzz também conhece os personagens mais INÚTEIS e IRRITANTES da película, que só servem para fazer trocadilhos, serem atrapalhados e fazer piadas sem graça. Um deles constantemente faz uma "piada" envolvendo uma caneta, e eu desejo saber quem realmente achou isso engraçado.

A nova missão do Buzz e da equipe de trapalhões é entrar na cidade que está sob a vigilância dos robôs do Zurg, colocar o cristal da hipervelocidade no legume da nave (não pergunte), e finalmente irem embora daquele planeta.

O filme enrola em um arco insosso do Buzz treinando a equipe de idiotas, e eu quase desisti do filme nessa parte. É tão chato que chega a dá sono. Ele estava certo em querer trabalhar sozinho, pois com mulas como estas como amigos, quem precisa de inimigos. Izzy é pior do que Buzz e faz bobagem constantemente. E isso porque ela se gaba em ser uma "Hawthorne". Ao menos, a avó dela não ficava fazendo m3rd@. E quando Buzz a repreende, ele é tido como o errado da história. Eu não sabia que a gente tinha de sentir empatia por quem só faz burrice.

Papo vem e papo vai, Buzz começa a criar laços com a equipe de imbecis, e passa a ser mais unido com eles. 

E, então, somos apresentados ao PIOR plot twist do filme. 

Estão preparados para isso?

Aí vai.

Zurg é o Buzz Lightyear.

Buzz até se confunde achando que sua versão idosa é o seu pai (uma referência óbvia a Toy Story 2).

Este é o plot twist do filme. E uma das reviravoltas mais preguiçosas de todos os tempos. Sim! Eles tiveram a pachorra de fazer um plot twist já batido em que o herói esse tempo todo era o vilão da história — ou de uma linha do tempo diferente, a propósito —, mas mesmo assim, foi tão mal feito que isso literalmente destruiu o restante do filme. E o nome dele era "Zurg" só porque os robôs não conseguiam dizer "Buzz". Ah, faça-me um favor! A sonoridade nem é a mesma.

Zurg tenta convencer Buzz de seu plano em usar o cristal para voltar no tempo (de novo isso?! Volta no tempo para resolver tudo?), mas de última hora, Buzz amarela e volta atrás, por causa da vida de sua amiguinha que ele não quer apagar. E, sinceramente, o plano do Zurg é um lixo e ele é um vilão tão ruim quanto a vilã de Os Incríveis 2.

Os amigos idiotas do Buzz vão ao seu resgate, e Izzy supera sua astrofobia (e eu nem sabia que isso existia). 

E como já era esperado, Buzz e sua trupe de imbecis ficam no planeta da qual ele sempre quis fugir. Buzz é recompensado com um cargo em que ele deve treinar novos patrulheiros espaciais. E isso com certeza é um castigo ao invés de uma recompensa, pois já sabemos o quão idiotas ficaram as pessoas durante a dilatação do tempo.

Buzz usa o uniforme atualizado que tem asas de foguete (igual ao brinquedo!), e viaja com sua trupe de patetas ao infinito e além.

E o filme acaba assim.


Raso como uma poça de lama.

Ah, mas não é isso que vocês querem saber... vocês querem saber das polêmicas, não é mesmo?!

Lightyear já nasceu sob polêmicas, e uma delas, foi quando militantes disseram que o designer do Buzz parecia um policial racista (❗❗).

A outra polêmica foi a respeito da Pixar ter colocado a primeira personagem LGBT (pela milionésima vez!) em um filme, e francamente, a trama da Comandante Hawthorne não traz peso ou adição na trama. A cena do beijo lésbico só foi colocada na trama porque os animadores ameaçaram fazer um boicote na empresa. Se a removessem do filme não faria a menor diferença. A história de fundo da Comandante Hawthorne não fede e nem cheira, e soa completamente desnecessária (e forçada) e não cativa a ninguém. Sua trama tampouco importa, a não ser, para que outra personagem (Izzy) seja criada ao seu molde, e siga uma jornada quase igual a sua. Para não ser injusta, Hawthorne só serve para sabermos a passagem de tempo do Buzz, e quanto tempo já se passou. Porém, se isso fosse feito de outra forma, com Buzz vendo os outros membros da tripulação envelhecendo e morrendo teria sido até bem melhor.

O filme foi banido em 14 países por causa do supracitado beijo! Se vocês queriam que o filme fosse um sucesso de bilheteria, tomaram todos os caminhos errados, não acham?!

Nossa, como a Pixar é corajosa ao criar um personagem LGBT que serve somente como um personagem de fundo sem qualquer relevância. Realmente muita coragem. 🙄 Sailor Moon, um anime de 1992, já havia criado um casal lésbico muito mais convincente (e carismático) que este mostrado em Lightyear.

Não faz a menor diferença no filme, e a cena do beijo só foi colocada lá com propósitos que nós já sabemos (Woke). Lembro-me bem que metade dos sites tendenciosos falavam sobre o dito beijo, como se ele fosse um elemento primordial do filme, quase nunca citando o protagonista da película.

E digamos que Chris Evans abrir sua boca grande para dizer que quem não gostou do beijo lésbico, era um "dinossauro" e um "idiota" não ajudou em nada no marketing já condenado do filme. Devo acrescentar que o filme foi banido em países do Oriente Médio e da Ásia. Chris Evans não foi só intolerante, ele foi um completo imbecil. Se os produtores estavam dispostos a colocar uma cena tão problemática em um filme INFANTIL teriam de estar dispostos a ouvir críticas também. E é óbvio que o Sr. Evans defenderia esta patacoada a todo custo, assim como um cão de guarda raivoso defende seu osso babado. Em resumo, ele precisa ganhar pontos de virtude com a turminha do arco-íris.


Acrescento também que a dublagem do Sr. Evans não é muito boa. Sua voz não combina com o personagem em si, e soa destoante. Não chegou aos pés da notável dublagem de Tim Allen.

Escutei as duas dublagens, e por incrível que pareça, a dublagem original é bem inferior.

Sobre a polêmica dublagem brasileira, ao colocar um famoso para dublar, nesse caso Marcos Mion... Achei razoável. Mion não é cativante ou tem uma voz marcante como Guilherme Briggs, e em alguns momentos, deixa escapar seu sotaque, mas não compromete a trama. Afinal, o filme tem uma qualidade tão aquém do esperado que a dublagem ser deslocada foi o menor dos problemas. 

É um típico filme que poderia ter saído direto para o streaming, que ninguém se importaria. Levá-lo para a grande tela foi um equívoco enorme. Foi um fracasso de bilheteria e até tentaram culpar a pandemia, mas se Sonic 2 e Top Gun: Maverick (até Minions 2, caramba!) arrecadaram rios de dinheiro, por que com este foi diferente?

Simples: porque Lightyear não é um bom filme!

 Lightyear é desinteressante e parece ter sido feito com o orçamento de um pão.

É vago em seus conceitos e se pendura em uma história fraca e genérica  que não prende a atenção das crianças e afasta os adultos. Não é um filme emocionante ou memorável. É um tanto arrastado, apesar da curta duração, em alguns momentos, fiquei com sono.

Tinha um grande potencial que é desperdiçado em escolhas equivocadas. Caramba, imagina a joia preciosa que seria esse filme se fosse feito da maneira certa. Um astronauta vendo o tempo passar e ele não pode fazer nada a respeito disso.

O filme tenta ser profundo e sério, quase sombrio, porém só acaba sendo mais superficial. Tudo tem que ser realista. A palheta de cores tem aquelas cores nojentas e degradantes. Tudo precisa ser barulhento e uma hora isto cansa.

Angus MacLane é o diretor deste desastre cinematográfico. A única película longa-metragem que ele outrora dirigiu foi o entediante"Procurando Dory" e alguns curtas meramente decentes de "Toy Story", e ainda assim, nota-se uma direção incompetente por parte dele que chega ao ponto de incomodar.

Arrisco a dizer que Lightyear sequer é o herói de sua própria história. A história é sobre a Izzy vencendo seus medos e se tornando uma Patrulheira Espacial.

O filme nem deveria se chamar "Lightyear", mas "Hawthorne", pois o filme se foca mais nas mulheres da família Hawthorne do que no próprio Buzz.

No fim do dia, é somente um filme esquecível e medíocre, cuja existência é apenas ser um caça-níquel e tirar leite de uma franquia grande já estabelecida como Toy Story, e obviamente, vender brinquedos do Sox. Lightyear não funciona nem mesmo como um filme para ser visto com o intuito de passar o tempo. Nesse caso, veja algo melhor.

Este filme é, literalmente, uma perda de tempo. Se Andy tivesse mesmo assistido esse filme quando criança, teria ficado entediado e ao invés de comprar um boneco do Buzz Lightyear teria comprado um Sox.

Toy Story não precisava desta mancha na História chamada "Lightyear".


Por hoje é só, galera. Até outro dia, se Deus quiser.




Comentários

  1. Morta com esse gif no final 🤣🤣🤣

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  2. finalmente alguém falando verdades sobre um filme ruim.
    e o pior é que eles inventam um paradoxo tirado da banda.

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    1. Pois é. Tentaram soar profundos, mas só foram superficiais. Cadê aquela Pixar que emocionava a gente?

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    2. O paradoxo da viagem temporal passar para os outros e não para o Buzz foi copiado NA CARA DURA do filme Interestelar.

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  3. Filme lixo.
    Assiste baixado no Torrent e mesmo assim ainda achei caro.

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    1. Fiz a mesma coisa. Piratear a Disney é belo e moral.

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    2. Infelizmente eu paguei pelo serviço, então tive de usar. 🥲

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  4. Eu SABIA que esse filme não seria sobre o Buzz. Ter esperanças nestes tempos sombrios é um erro!

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    1. Ele não é o protagonista da história. Nunca foi. O filme só leva o nome dele por razões óbvias 💰💸🤑

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  5. O filme só quis se manter firme nas polêmicas e um mês depois, ninguém mais lembrava que isto existiu.
    Resumindo: esse filme é um lixo.

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    1. Disse tudo.
      Praticamente, qualquer produção da Disney precisa se firmar em polêmicas pq a empresa em si não faz mais nenhum produto que preste.

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  6. Ver lixo queimar é melhor do que esse "filme". Puta tempo perdido nessa coisa. 🤢

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    1. Prefiro queimar meu dinheiro a ver esta merda de filme.

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  7. Cara, um filme sobre o espaço e astronautas não tem alienígenas? O que os roteiristas tinham na cabeça?

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