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Livro: O Primeiro Dia do Resto da Nossa Vida


(uma pausa para admirar as minhas fofuras que quiseram participar da foto).

Título original: Miss You
Autora: Kate Eberlen
Páginas: 432 páginas
Editora: Arqueiro
Ano: 2016


Um adendo para você que é leitor ou leitora: Se por um acaso você está procurando por uma história açucarada com um romance feliz e que aqueça o seu coração, digo-lhe logo que este livro não é para você. Se você passou por um rompimento no namoro/noivado ou por um divórcio, recomendo que não leia, pois certamente você não gostará nada do que lerá em seguida.

Ah, e eu preciso falar sobre essa tradução de título horrorosa! Sério que "Miss You", que em tradução livre seria algo como "Saudades Suas", se tornou este título gigantesco e sem um pingo de significado? Porque conforme lemos a história, esse título "adaptado" não faz o menor sentido. Enorme e esquecível, assim como grande parte da história.

Quem me conhece sabe que raramente leio Young Adult ou New Adult por sempre achar a história genérica e clichê. Seguem sempre uma cartilha e vemos um bom enredo ser perdido porque os escritores tem medo de decepcionar os leitores e não conseguem ser ousados. O último que li foi Casa de York e aquele livro é um festival de desgraça. Não recomendo nem para o meu pior inimigo. Um desperdício de papel e tinta.


Não direi que o Primeiro Dia do Resto da Nossa Vida (Deus, que título abominável!) é bem feito ou que os personagens são bem construídos, porque não são. Nem de longe. Na metade do tempo somos levados em uma jornada arrastada em que os protagonistas sofrem mais desencontros que encontros.

O livro é narrado por seus dois personagens principais – Gus e Tess – e o livro intercala por passagem de tempo entre os dois, que se desencontram aos dezoito anos e vão se reencontrar quase na casa dos quarenta.


Direi logo que é muito mais fácil sentir empatia pela Tess do que sentir algo por Gus. 
Nela, vemos uma guerreira e uma garota batalhadora que abriu mão de seus sonhos para cuidar da irmã mais nova que tem Sindrome de Aspenger, além de sofrer problemas que futuramente a deixarão infértil e problemas nas glândulas mamárias que podem ocasionar em um câncer. Contudo, até nisso seu sofrimento foi forçado a nós até a quinta potência, quase transformando Tess em uma mártir.

Tudo o que consegui sentir em relação ao Gus foi o mais puro desprezo e nojo.

Gus é o típico filhinho de papai, cuja vida parece ser perfeita, exceto pelo falecimento do irmão mais velho. Ademais, Gus sentia atração pela ex namorada do irmão. Tudo o que era de seu irmão, Gus sentia um desejo possessivo em possuir, quer fosse a inteligência do irmão, seus sonhos, seu carisma, o amor dos pais pelo mais velho, ou a namorada do irmão.


Preciso citar um fato que muito incomodou-me nesse livro: a infidelidade.

É tanta traição que há nesse livro. Minha Nossa Senhora, é quase como se a autora tivesse reunido todos os cornos do mundo literário. É como se a própria houvesse passado por dolorosa experiência e a transcrevesse no papel para extravasar. Chega a ser risível a quantidade de gente traída. Um exemplo é a Tess que é traída de duas formas; pelo namorado DJ, e pela melhor amiga.

E, assim, entramos em uma elipse eterna de traições e desencontros, e acompanhar tal narrativa arrastada por 432 páginas é um desgastante exercício mental.



Voltando ao Gus e sua personalidade de saco de batata: em algum momento do livro, ele consegue ter um caso com a ex do irmão, e consegue trabalhar no mesmo hospital que ela, e ambos ficam todo serelepes, transando no porão do hospital. De jaleco e tudo. E isso porque Gus estava comprometido com Lucy. Agora, me diz se dá para torcer a favor de um personagem mau caráter como esse? E se você falar que existem pessoas assim na vida real, eu lhe respondo: vá lamber sabão! Gus simplesmente transa com a ex do irmão, pela primeira vez em seu apartamento, enquanto assiste um noticiário sobre a queda das Torres Gêmeas. Novamente, é para eu torcer por um boçal destes?

É um exercício de sanidade continuar até o final. Além do mais, a autora teve pouca ou nenhuma sensibilidade ao retratar o transtorno de Hope, irmã de Tess. Se você não sabe como funcionam transtornos, não os descreva. Estude-os antes de cometer tolices como as descritas neste livro.

Diferente de outras pessoas, achei o final bem decepcionante. Gus não merecia e nunca mereceu a Tess, e ter que vê-los juntos em um final "feliz" que contrastou com toda a construção do livro fez o meu estômago embrulhar. Tess nunca precisou de um companheiro ao seu lado, e dado ao seu relacionamento anterior que foi falho, ela deveria terminar o livro em que ela fosse plena, feliz, confiando em si mesma, e terminando a faculdade que ela nunca teve a oportunidade de ingressar. Tentar se redescobrir e encontrar um hobby que amasse. E quanto ao Gus, deveria terminar solitário e abandonado, pouco me importa o destino deste fulano. Podia mostrar um final com ele, velho e sozinho, sentado em um banco de praça, alimentando os pombos. 

Sim, a resenha foi curta porque este livro mais me aborreceu que me agraciou. 

Não há muito o que falar sobre a obra e não quero prolongar-me. Li em um dia de tédio e acabei me aborrecendo. Certamente é um livro que não leria de novo e só o manterei em minha estante por causa da capa. No mais, não é um bom livro e não possui boas lições.

Não o recomendo de forma alguma se tiveres passando por um momento triste ou decepcionante na vida. Escolha outra leitura feliz, e por tudo que for de mais sagrado, não escolha este.

Até outro dia. Tentarei ler um livro que não destrua meus neurônios por completo. 


Bye. Bye.


— É engraçado, não é? — pergunta ela. — Temos dicionários cheios de palavras incríveis, mas a única frase que os seres humanos inventaram para expressar sua paixão singular e infinita são quatro sílabas pequeninas e inadequadas. (Tess)






** O livro foi comprado por mim. Não é um livro parceria.






Comentários

  1. Nossa o meu coração foi a mil na parte que ele beijo ela 💏

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  2. Nossa o meu coração foi a mil na parte que ele beijo ela 💏

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  3. Morta e farofada! Simples assim <3

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  4. Amei a sua resenha. E amei mais ainda os seus gatinhos. Muito lindos. 🐱‍👤🐱‍👓

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  5. Pensei que era apenas eu que tinha sentido ranço por esse livro, mas vc usou palavras que nem eu mesma usaria. Chique de doer.
    Adorei seus gatos. Fofos.

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  6. Como sempre uma boa resenha.

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  7. A coisa que mais odiei nesse livro foi o "chove e não molha" dos protagonistas. Tbm não queria eles juntos. Gus foi um lixo do começou ao fim e parece que a Tess era uma espécie de "prêmio de consolação" pra ele. Detestável.

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    1. Gus é o pior protagonista que já li. Só perde para Tristan (Amor do Pirata).

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  8. adorei sua resenha

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