E trago hoje mais um daqueles tópicos em que eu jamais falaria em voz alta em público. Um artigo um tanto quanto polêmico. Um tópico com algumas verdades dolorosas que muitos recusam-se a escutar. São pequenas coisas que tenho observado no dia-a-dia, e Deus, isso vem incomodando-me cada vez mais.
O que eu acho do ensino público?! Ou melhor, o que eu acho da educação brasileira em geral?
O ensino público brasileiro é burro e brutal!
Acho patética a forma como somos educados desde pequenos, e como somos instruídos assim que crescemos.
Uma educação com normas vazias, professores estafados por carga horárias pesadas, e alunos incapazes de absorver o conhecimento, cujo aprendizado entra em um ouvido e sai pelo outro.
É isso que eu acho!
Sinto muitíssimo se você não esperava que eu abrisse a postagem de hoje com uma sentença tão rude, mas foi completamente necessário. Quem me conhece sabe que eu detesto fingimentos e meias verdades, e é por isso que vou desabafar aqui sobre o que eu acho da nossa precária e inexistente educação pública!
E como começou todo este ciclo maldito de carência educacional?
Desde berço, oras.
Para ser sincera, somos meros NPC's caminhando sobre a Terra.
Nascemos, crescemos e nos tornamos NPC's. Esta é a grande verdade da vida. Desde pequenos somos limitados a imitar os outros. Não podemos rabiscar uma maldita parede com giz de cera ou mesmo abrir a boca para conversar com nossos pais porque eles se aborrecem conosco. E se somos diferentes, logo somos comparados com o filho de Fulano ou o filho de Sicrano.
Na escola, tudo se torna pior. Nossa criatividade é completamente minada, liquidada nas mãos de nossos professores. Não podemos nos expressar através de conversas, da arte, de músicas ou danças. Somos guiados a seguir regras e mais regras já estabelecidas. Entrar na sala de aula de cabeça baixa, emudecido, anotar tudo o que se encontra no quadro, mesmo não fazendo a mínima do que escrevemos em nosso caderno. Engolimos praticamente o alimento mastigado por outros.
Robotizados.
Não nos interessamos em aprender e nem em buscar por mais. E assim segue-se. Uma longa caminhada de puro nada.
Uma educação arcaica, era o que eu diria.
Sei que pode parecer polêmico o que irei falar a seguir, mas necessito tirar esta pedra do meu coração. Escolas não instruem. Elas limitam o saber. Não estamos criando novas fórmulas ou descobrindo novos ares. Estamos apenas copiando o que outros já fizeram, e consequentemente, esquecendo-nos disto.
Digo por mim mesma. Já vi pessoas elogiando horrores a péssima educação pública, e estas mesmas pessoas mal sabem diferenciar "mais" de "mas" ou sequer sabem quanto é 7 x 8. Recusam-se a enxergar os defeitos e falhas de nosso falido sistema educacional, que ainda ousam seguir as falácias de Paulo Freire. É de embrulhar o estômago.
O ensino básico é a pior parte de tudo isso. É o pilar fundamental, o começo da jornada do estudante ao mundo da educação, e o ensino básico é uma das áreas mais menosprezadas e subestimadas que existem. Professoras despreparadas que não sabem lidar com crianças pequenas e não as deixam se arriscar, e nem mesmo tocar em tinta guache, pois tem medo que se sujem ou que engulam a tinta(???). Miúdos que não se interessam pelas aulas pela falta de atrativos destas, e pais relapsos que não guiam os primeiros passos de seu filhos nisto, porque acham que os professores darão conta de tudo, e acham que logo, fazer a criança ler e escrever não é parte da responsabilidade deles. Um verdadeiro show de horrores.
Seria cômico se não fosse trágico.
Não. A educação brasileira está mais preocupada com o ensino superior, com universitários que almejam destruir o patriarcado. Nem tocarei no assunto das milhares de "teses" feitas com dinheiro público, cujo dizeres remetem ao estudo de letras de funk.🤦🏻♀️
Quando criança, estudei algum tempo em escola particular. E era a mesma desgraça que estar em colégio público. Não havia diferença alguma. Estava cercada por professores monótonos e alunos imbecilizados. Quando mudei-me para o fatídico ensino público, as coisas foram somente ladeira abaixo. A matéria era muito mais atrasada que na escola particular. Estando na primeira série sentia-me no Pré-escolar de tão ridicularmente fáceis que eram as matérias. Metade de meus ditos coleguinhas não sabiam ler e a outra metade mal sabia preencher o cabeçalho com seu nome e sobrenome completos.
Sobressaí-me melhor porque minha mãe pegava em meu pé para que eu nunca desistisse de ler. Obrigada, mãezinha, pelas chineladas necessárias. Graças a isto, um de meus maiores amores são justamente os livros.
Ao crescer, e encaminhar-me para o Ensino Médio, contemplei professores pateticamente apressados em livrarem-se da matéria e irem para casa, pois estavam ali somente para ter seu salário garantido. No fim do dia, eu voltava para casa com o caderno cheio de anotações e a mente vaga. Não havia absorvido porcaria nenhuma do que me fora dito.
5 horas de aulas com escassos 10 minutos de pausa para o lanche. O que de fato estamos aprendendo?
Obedecemos rudimentos defasados que já não fazem mais parte de nossa realidade.
Atuamos como um fenômeno autêntico que gosto de chamar de equus asinus. De cabeça baixa, sem olhar adiante, sem foco, sempre a ouvir doutrinas, nunca sendo capaz de refutá-las
Não exagero quando falo que a escola destrói nossa criatividade. Nas aulas de Artes, por exemplo, o aluno não pode desenhar um dinossauro com lança chamas acoplado nele, porque isso não é arte. Ele é obrigado a copiar um dos desenhos feios e inexpressivos da Tarsila do Amaral (ou qualquer artista progressista aleatório), porque ela viveu há 100 anos e todas as coisas que ela fez, por mais feias que fossem, são consideradas arte. Então, o aluno tem sua criatividade drenada e deve ser igual aos outros. Copiando o que já foi visto. É como alimentar-se de uma comida que já foi mastigada tantas e tantas vezes por várias bocas de pessoas diferentes.
E quando professores tomam para si alunos favoritos, endossando atenção somente para eles e esquecendo-se do resto da classe? Pois óbvio, se um sabe mais que os outros, colocam todo o foco neste e que se dane os outros. Simplesmente deplorável.
Nem vou adentrar no quesito Matemática, pois é nesta área mesmo que nossos alunos vão mal das pernas. Não sabem contas básicas e desfalecem em equações difíceis.
Estudos mostram que estamos vivenciando uma das gerações mais burras que já existiu. E de quem será a culpa? Minha e sua, talvez. Mas, ao invés de procurarmos os culpados, deveríamos solucionar esta problemática: nossa escassa e risível educação brasileira.
Meu próprio filho está há dois meses estagnado na mesma lição na escola. Em Português, não sai do A-E-I-O-U, em Matemática, a professora limita os alunos a contar até 10, e em Ciências, continua repetindo a mesma ladainha de cabeça, tronco e membros. Se não fosse por mim, ele estaria muito mais atrasado no ensino. Por sorte, sempre pego no pé dele e o induzo a aprender.
Ainda no caso do meu filho, a professora nos segredou que este ano talvez não haja a entrega de livros porque a escola está sem dinheiro. O colégio é público mantido com impostos pagos por todos nós, como diabos está sem dinheiro?! Estamos mesmo fadados e jogados à própria sorte. E agora, com esta onda de pandemia, testemunho professores cansados e atrapalhados, não sabendo lidar com aulas à distância e mantendo pouco contato com os pais dos alunos. Quando fui fazer a matrícula de meu filho, tive de lidar com uma secretária arrogante e despreparada que mal olhava em meus olhos. Era grosseira e truculenta. Nada mudou. Apenas estamos mais distantes.
Nunca vou esquecer do primeiro dia de aula do meu filho, na Creche. Ele foi praticamente arrancando de meus braços e posto em um canto com outras crianças desconhecidas, assustado e em lágrimas. Eu quis ficar junto a ele para que aos poucos ele fosse se adaptar, mas a professora, muito grosseira, praticamente expulsou-me da classe dizendo que aquilo fazia parte da sociabilização da criança. Um bando de miúdos e miúdas aos prantos não pareceu-me "socialização" porcaria nenhuma. Até hoje, essa lembrança dói em mim, e me dói ainda mais, a sensação de impotência de uma desconhecida tirando o meu filho de mim porque achava que ela sabia o que era melhor. Esse processo acaba causando muito mais transtornos e traumas do que imaginamos.
Essa é a educação brasileira que tanto aquela patotinha de pessoas de ideologias errôneas, elogia. Deus salve o Brasil.
A mudança só virá no dia em que percebemos o quão atrasados estamos. No dia em que pararmos de preocuparmos apenas com o salário recebido e passarmos a ensinar de coração aberto. Sendo grato e amável.
A educação é sim prioridade. A educação é SIM importante, pois este é o único tesouro moral que podemos repassar para nossos filhos.
Não seja mais um tijolo na parede. Ou melhor, não seja como a imbecil do comentário abaixo.
Links importantes:
https://ionline.sapo.pt/artigo/667992/-uma-geracao-que-corre-risco-de-ficar-imbecilizada
https://www.gazetadopovo.com.br/cultura/a-literatura-e-capaz-de-imunizar-contra-o-processo-de-imbecilizar-pessoas
http://www.educ.fc.ul.pt/docentes/opombo/hfe/jogo/index.htm
https://pediatriadescomplicada.com.br/2020/11/12/pela-primeira-vez-na-historia-filhos-tem-menor-qi-que-os-pais-o-que-esta-acontecendo/
https://www.mises.org.br/article/2786/sim-a-escola-esta-destruindo-geracoes-e-causando-estragos-profundos
https://www.google.com/amp/www.ilisp.org/artigos/paulo-freire-o-patrono-do-fracasso-educacional-brasileiro/%3famp=1
Caramba que artigo 🙌🏼👏🏼👏🏼🤍
ResponderExcluirO título causa um desconforto na boca do estômago, mas ainda assim é necessário.
ResponderExcluirPolêmicas à parte, você só disse verdades. Vivemos em uma geração imbecilizada por esses Youtubers teens e pais que permitem esse tipo de coisa dentro de casa, porque quer ver o filho ficar quieto e não aguenta bagunça.
ResponderExcluirEscuto o filho da minha vizinha gritar em cima dela diariamente porque ele quer ver Lucas Neto. E nota: ele só tem cinco anos.
ResponderExcluirGente... 😳
ExcluirSó li verdades. A educação, tanto pública quanto a particular, são miseráveis.
ResponderExcluirEsse é o Brasil 🇧🇷, país em que falar sobre futebol, bunda e BBB é mais importante que educação, saúde e segurança.
ResponderExcluirInfelizmente
ExcluirCara, seu texto foi incrivel. Eu sinto essa mesma raiva pelas escolas, pois fui muito prejudicada pscologicamente com elas, então entendo perfeitamente tudo isso que vc disse, é uma merda cara uma merda. Eu hoje sou do tipo de pessoa que se recusa a ser só uma "npc", por mais que isso irrite certos conservadores (a maioria) por ai, me recuso a viver uma vida que depois não me orgulhe de nada.
ResponderExcluirE está certa. A gente só vive uma vez. Fico feliz que tenha gostado do texto. Meio que escrevi em um momento de raiva.
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