Pular para o conteúdo principal

Livro: Até Você Chegar


🌻

Título original: Until You
Autora: Judith McNaught
Páginas: 479 páginas
Editora: Bertrand Brasil; 1ª edição (5 novembro 2018)
Ano: 1994

Sinopse: Em Até você chegar, Judith McNaught revela os leitores a elegante Londres do início do século XIX, em um inacreditável romance. Professora de uma escola para damas da alta sociedade, Sheridan Bromleigh é contratada para acompanhar uma das estudantes, Charise Lancaster, até a Inglaterra, onde encontrará seu noivo. Quando a jovem sob sua responsabilidade foge com um estranho, Sheridan questiona-se como explicará isso ao pretendente, Lorde Burleton. Stephen Westmoreland, o Conde de Langford, presume que a jovem vindo em sua direção é Charise Lancaster, e a informa sobre sua participação no acidente fatal envolvendo Lorde Burleton na noite anterior. No momento em que iria explicar o mal-entendido, Sheridan também sofre um acidente e fica inconsciente. Ela acorda na mansão de Westmoreland, sem lembrar quem é. A única pista sobre seu passado é o estranho fato de todos a chamarem de miss Lancaster. Tudo o que ela realmente sabe é que está apaixonada por um belo conde inglês, e que sua vida está repleta de maravilhosas possibilidades. 

💐

Após algum tempo, sem pôr as mãos em algum livro de Romance Histórico/Ficção Histórica, acabei por ler esses dias através do Google Books (que sim, caso não saibam, existe), o livro Até Você Chegar. Foi um preço um pouco salgado que paguei e apesar da montanha-russa que passei com sentimentos variando entre momentos de comédia a puro ódio, direi que foi um livro satisfatório de acompanhar. Não todo ele.

Temos alguns dos clichês básicos vistos em livros recentes sobre Romance Histórico. O mocinho que é um libertino galanteador, que jura nunca amar ou apegar-se de verdade à uma mulher, contudo, paga com a língua e acaba apaixonando-se pela mocinha, que julga-se nada bonita. Acompanhamos Stephen, em um capítulo inicial um tanto desconfortante, em que sua amante, Helene, ainda desnuda sobre a cama, implora a ele para que não se case com uma tal de lady Monica Fitzwaring, porque obviamente Helene está apaixonada por Stephen. Ainda nesse capítulo, após a noitada com a amante, Stephen sem intenção, atropela e mata o lorde Burleton, que estava noivo e se casaria com Charise Lancaster, uma jovenzinha americana vinda de uma boa família. 

Há uma outra desventura, além do noivo atropelado e morto.

Charise estava noiva de Burleton, e vinha ao seu encontro para ser desposada. Todavia, para o azar de sua professora, Sheridan Bromleigh, a imprudente Charise abandonara o navio (literalmente) fugindo com um rapaz desconhecido, deixando sua preceptora em um terrível impasse. Temendo que a sua cabeça role, Sherry não sabe o que fazer em um momento tão crítico. 

Conhecemos um pouco sobre a Sherry, e em como ela era uma criança de espírito livre e bastante selvagem, porém, seu pai a deixou com a tia para que ela aprendesse bons costumes e se convertesse em uma dama. Foi interessante conhecê-la até esse ponto, entretanto, a personalidade da mocinha uma vez tecida, foi totalmente dissipada a partir dos capítulos sucessores, devido a um acidente (Deus, como eu ri desta bendita cena), que apaga a sua memória.

Sei que não é spoiler, pois a sinopse teve o desagrado de contar metade do enredo. Sherry desce no píer, e conhece Stephen ao longe, e confunde-o com lorde Burleton (ela nunca o conheceu, apenas supos que este homem fosse o noive de Charise), e de forma nada amena, Stephen informa à ela que Burleton morreu. Perplexa com a notícia, a mocinha nem percebe quando alguém informa aos gritos para ela sair daquele local, e, então, uma gigantesca carga cai sobre sua cabeça.

Uma pequena curiosidade de minha parte: Enquanto lia, só conseguia imaginar a Sherry como a atriz Karen Gillan (a Nebulosa do filme "Guardians of the Galaxy"). Não sei a razão, apenas um devaneio literário meu, talvez, pelas duas serem ruivas e um pouco fofas. Também imaginei o Stephen como o ator Ian Somerhalder, pelos mesmos motivos acima.

Voltando ao livro. Sentindo-se responsável pelo o que aconteceu com a moça, Stephen a acolhe em seu lar, e como ela perdeu a memória, ele a tem por Charise Lancaster. Sherry assume aquela identidade, pois acha que aquele é seu verdadeiro nome, e para complicar ainda mais a situação, ela pensa que Stephen é seu noivo. 

Um verdadeiro novelo de tribulações.

❝Stephen se voltou, surpreendido com a escolha de palavras dela, e parou, perplexo. Engolindo
uma risada em parte de divertimento e em parte de admiração, olhou-a diante de si, com o
impertinente narizinho erguido e os olhos cinzentos faiscando como cristais gêmeos de gelo. Em
gritante contraste com o porte e a expressão altaneiros, usava um amplo e macio penhoar feito
por tecidos de seda lavanda, drapeado nos ombros, que se mostravam quase nus. Segurava a
frente do penhoar para poder andar, mostrando os pequenos pés descalços; o maravilhoso cabelo
ruivo, ainda úmido nas pontas, descia-lhe pelos ombros e costas como se ela fosse um nu de
Botticelli.❞ (capítulo 15)

Vou destacar os pontos que gostei, para logo, citar as coisas que me desagradaram.

O que mais gostei foi de Sherry. Ela não faz aquele tipo de protagonista (repetidamente usada nos dias atuais), de que I don't need a man, I can take care of myself. Não! Sherry é assumidamente romântica e seu caráter é genuíno. Ela sabe de suas falhas e de suas limitações, e isso é admirável, além, claro, dela ser uma personagem delicada que não fica forçando a barra, tentando impôr seus achismos e nem uma personalidade bruta e absurda com a desculpa esfarrapada de ser "personalidade forte" como visto em vários romances recentes. Ah, e ela é ruiva! Ruivíssima, assim como a Ariel. Simplesmente adorável. 💕

A química do casal principal também é muito boa, e são nas cenas de pequenos desentendimentos e discussões que vemos que eles realmente funcionam, porque caso não saibam, detesto quando o casal se apaixona logo à primeira vista. Acho artificial, patético e pouco funcional na vida real. Deve ser por isso que Romeu & Julieta é o meu romance menos favorito de todos os tempos.

O ponto forte do livro é a comédia não intencional. Quando o lorde Burleton é atropelado no primeiro capítulo, você não ver tal cena como trágica ou aterrorizante, de alguma forma, ela tornou-se cômica e tenho quase certeza de que essa não era a intenção da Sra. Judith McNaught. Outra cena que tomei por chistosa, é a cena do acidente de Sherry. Céus, um amontoado de caixas pesadas caem sobre a sua cabeça e o máximo que consegues é uma amnésia?! Estarias, no mínimo, em coma. Ou morta. A cabeça de Sherry deve ser blindada com Adamantium para não ter sofrido um traumatismo craniano. 

Os encontros e desencontros, isso também torna a trama do livro atraente, porém, quando ele tenta ser sério ou melodramático demais, acaba por enfraquecer os pilares que uma vez ergueu. E, isso me leva ao ponto que mais chateou-me enquanto lia. A protagonista desmemoriada.


O livro tem como subtrama a perda de memória de Sheridan, mas você no fundo sabe que a memória dela retornará, que todo aquele teatro dela reaprendendo sobre si mesma, ou tendo de lidar com seus sentimentos a respeito de Stephen, enquanto a cabeça está confusa, é passageiro. E isso muito irrita-me quando acabo por ler livros assim. 

A perda de memória não é um fenômeno que irá se curar em um estalar de dedos. Por vezes, pessoas que perderam a memória levaram décadas e mais décadas para recuperar as lembranças, ou nunca as recuperaram, como é o caso do livro Para Sempre, baseado em um caso real. E em muitos casos, ocorre da pessoa regredir ao invés de se curar, por exemplo, ela não consegue mais lembrar-se como se segura um lápis ou mesmo, como se calça um tênis. 

Não é uma coisa para se romantizar em um livro, e amnésia também não é um traço de personalidade, e nem deveria ser usado como desculpa porque o mocinho é bruto e precisa ser mais dócil porque a mocinha perdeu a memória. Tenham dó. 

Outra coisa que desagradou bastante foi a capa. Pensei que era apenas a edição digital que tinha esta capa tão desinteressante, mas não, o livro físico também é assim. Se ao menos usassem vetores, ou uma imagem que representassem melhor a história. Fora que o nome da autora ocupa grande parte do espaço. Por um momento, cogitei a pensar que o livro chamava-se "Judith McNaught", porque até então não conhecia seus trabalhos, até enxergar o minúsculo título abaixo do nome dela. Editoras, peço que revejam esse tipo de apelo que estão fazendo.

No mais, Até Você Chegar é um livro razoavelmente bom, e algumas vezes, divertido. Vou levar em consideração o tempo em que a autora gastou escrevendo-o e nada mais. Não sei se leria outra vez. Fiquei sabendo que existe uma coleção e que este que li era o último, porém, ninguém avisou-me deste equívoco. Talvez eu os leia um dia. Talvez não.


See ya.

Comentários

  1. <3
    Eu sempre quis ter uma irmã :3
    Acho fofo o companherismo dessas duas.
    E Clara arrasando corações hein ?!
    Beijos, San

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Essas duas brigam e brigam mas no fim são boas amigas.
      Beijos fofa♥

      Excluir
  2. Amei o capítulo muito fofo. Acho que o Nelson gosta dela...
    Cuidado Felipe!!!

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Que bom que gostou do capítulo♥
      Também acho bom o Felipe ficar esperto.
      Beijos

      Excluir
  3. Gostei da sua resenha ..

    ResponderExcluir
  4. acho muito bom como vc escreve. não são como aquelas pessoas que só escrevem "amei" ou "livro perfeito".. vc posta os pontos negativos e positivos.. gosto disso.

    ResponderExcluir
  5. Não demore com outra resenha. Estou viciada na sua escrita.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Vou fazer o possível. Estou esperando não sentir mais dores de coluna.

      Excluir
  6. Sabe me dizer se esse livro tem alguma cena hot? Eu detesto esse tipo de coisa.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Tem algumas. Mas nada com que faça querer arrancar os olhos.

      Excluir
    2. Detesto quando colocam essas cenas nos livros.

      Excluir
    3. Não me faz ter vontade de ler, me faz ter vontade de queimar meu livro.

      Excluir
    4. Optam pelo caminho mais repetitivo para atrair público, mas acabam fazendo uma obra porca e sem sentido.

      Excluir
    5. Estou cansada de ler livros em que as autoras romantizam o estupro e o comportamento abusivo de seus parceiros. Isso não é amor. É doentio!

      Excluir
    6. Li um, uma vez, em que a autora se prendia a um fio de trama e nas cenas seguintes aconteceu um estupro por parte do protagonista (porque ele pensava que a mulher que ele amava não era mais virgem) e fica por isso mesmo. A protagonista perdoa ele e se casam.

      Excluir
    7. Deus do céu! Tinham que tirar o notebook/computador/celular/caderno e caneta das mãos dessa pessoa. Torturar os outros com péssima escrita é uma coisa, agora romantizar abominações como o estupro é algo INACEITÁVEL E IMPERDOÁVEL!

      Excluir
  7. Fiquei curiosa com o livro. Nunca o li antes.

    ResponderExcluir
  8. eu até leria c mas como tem esse subplot da perda e volta da memória não quero me arriscar a ler

    ResponderExcluir
  9. Amei o blog. Esperando mais postagens.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Muito em breve. A procrastinação é mais forte. Digamos que é mais fácil passar 6 horas jogando Soul Calibur que arriscar-me no blog.

      Excluir

Postar um comentário

Deixe seu comentário. Adoraria saber a sua opinião. 😍

Postagens mais visitadas deste blog

Não há nada de errado com Susana Pevensie

Nota: todas as citações de capítulos foram retiradas das As Crônicas de Nárnia - Volume Único . Existe uma certa polêmica que predomina a Internet há algum tempo, sobre em como C. S. Lewis foi injusto com Susana. Os que apontam tal defeito chamam isso de "O problema com Susana" . Eu, por outro lado, creio que não exista nenhum problema com esta personagem e a forma como ela foi concebida foi exatamente como o autor quis passar.  Eu amo As Crônicas de Nárnia . Eu acho que é um dos maiores exemplos de literatura infantil. Mas há uma crítica sobre Nárnia que eu acho simplesmente boba: que deixar Susana fora do A Última Batalha é sexista. Isso é risível para mim. No geral, C. S. Lewis sempre criou suas personagens femininas com muito respeito. Muitas vezes, elas parecem sensatas, inteligentes, corajosas e (no caso de Lúcia que foi quem descobriu Nárnia sozinha) o modelo de fé e honestidade. Mas ao mesmo tempo ele nunca as apresenta como perfeitas. Ele sempre as faz ter falhas a ...

Livros que foram banidos e seus motivos

 Livros são banidos todos os dias. Você conhece alguns dos exemplos mais famosos de livros que foram censurados? Você sabe por que eles foram banidos? Autores ao longo da história têm lutado para contar suas histórias diante do dogma religioso, da repressão política e social. De fato, em muitas partes do mundo, esse ainda é o caso. Cobrindo todos os cantos do globo, esta lista mostra alguns dos livros que foram banidos ao longo da história.  Cá entre nós, foi uma lista para lá de trabalhosa para elaborar, e eu espero que apreciem a pesquisa que foi feita. Vamos dar uma olhada!  "As Aventuras de Huckleberry Finn" de Mark Twain (1884) Publicado em 1884,  "As Aventuras of Huckleberry Finn" de Mark Twain foi banido por motivos sociais. A Concord Public Library chamou o livro de "lixo adequado apenas para as favelas", quando baniu o romance pela primeira vez em 1885. As referências e o tratamento de afro-americanos no romance refletem a época sobre a qual foi e...

Scarlett e Jo: opostas mas nem tanto.

Hoje falo sobre duas personagens que estiveram em dois níveis opostos da Guerra Civil Americana. Vou descrever as duas personagens que são Jo March e Scarlet O'Hara. Parando para pensar, é estranho como "E o Vento Levou" e "Mulherzinhas" passem no mesmo período de tempo e sejam distintos, mas, ao mesmo tempo, equivalentes. Comecemos primeiro com Josephine March, ou simplesmente conhecida como Jo. Jo March é uma das personagens principais de "Little Women", traduzido como "Mulherzinhas", também conhecido como "Adoráveis Mulheres", o romance clássico escrito por Louisa May Alcott e publicado em 1868. Jo é a segunda das quatro irmãs March e é conhecida por seu espírito independente, sua paixão pela escrita e seu caráter determinado e ousado. Usarei como base de análise a versão da Jo de 2019, porque, para mim, é a melhor. Principais características da Jo March: 🌻Independente e ambiciosa: Jo é uma jovem que desafia as convenções de seu...

Detesto triângulos amorosos

É como uma praga que se alastrou atualmente! O maldito triângulo amoroso! Está impregnado em tudo. Livros, Filmes, séries... Como eu disse, uma praga! Sim, eu sei que sempre existiram obras que abordaram o bendito triângulo amoroso, porém, mais do que nunca, estou incomodada com isso.  Imagine o seguinte cenário: você se vê envolvido em um programa de televisão ou filme. Você está amando todos os personagens. Aí você vê dois personagens que parecem tão perfeitos juntos. Mas espere... outra pessoa entra em cena. Aí você grita horrores. Não, não, não. É um triângulo amoroso. Antes, quero fazer um pequeno desabafo a respeito de uma experiência lendo uma obra (até que boazinha), mas que foi estragada pela inserção forçada do triângulo amoroso. Anos atrás, eu li no Webtoon um mawha (um "mangá" coreano) chamado True Beauty . E a história, apesar de ser bastante razoável, havia me prendido. Era sobre uma garota que se achava feia, e aprende a se maquiar, e assim, se torna uma garot...

Coraline - 15 anos depois.

Nome original: ------- Ano: 2009 Direção: Henry Selick Sinopse:  Enquanto explora sua nova casa à noite, a pequena Coraline descobre uma porta secreta que contém um mundo parecido com o dela, porém melhor em muitas maneiras. Todos têm botões no lugar dos olhos, os pais são carinhosos e os sonhos de Coraline viram realidade por lá. Ela se encanta com essa descoberta, mas logo percebe que segredos estranhos estão em ação: uma outra mãe e o resto de sua família tentam mantê-la eternamente nesse mundo paralelo. 👩🏻🪡🐈‍⬛🗝 "De jeito nenhum vou deixar você colocar botões nos meus olhos!" Quinze anos depois e Coraline continua a ser um primor visual.  Ei, aqui é a Sammy. Faz um tempo que não escrevo uma crítica, hein? Ah, bem, aqui estou eu, escrevendo uma crítica do (agora) clássico  Coraline do fabulosos Laika Studios para vocês, justo no Dia das Bruxas. 🪄🦇🧹 ⚡️🧙🏻‍♀️👻🎃🍂🍁🕯️ Peguem seus doces e sigam-me os bons!  Dois anos atrás eu falei sobre o livro, q...

Livro: As Crônicas de Nárnia - O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa.

Título original: The Lion, The Witch and The Wardrobe.  Autor: C. S. Lewis Ano: 1950 Sinopse:  Durante a Segunda Guerra Mundial, quatro irmãos – Pedro, Susana, Edmundo e Lúcia – são enviados para o interior da Inglaterra e vão morar na casa de um velho professor. Lá, Lúcia descobre um guarda-roupa que serve como portal para o mágico mundo de Nárnia, um lugar dominado pelo inverno eterno da cruel Feiticeira Branca. À medida que os irmãos exploram esse novo mundo, eles descobrem que fazem parte de uma antiga profecia e que apenas o retorno do poderoso leão Aslam poderá restaurar a paz. Em uma batalha entre o bem e o mal, os irmãos precisarão encontrar coragem para enfrentar a Feiticeira e libertar Nárnia. 👧🏻👱🏻👩🏻🧑🏻‍🦱🦁 Voltei. Ano passado falei sobre o "Sobrinho do Mago". Este ano, vou falar sobre o livro mais famoso entre a saga, tendo ganhado uma série na BBC e os filmes que foram adaptados pela Disney. Hoje falaremos sobre "O Leão, A Feiticeira e o Guarda-Roupa...