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Livro: Pollyanna

 

🌹

Autora: Eleanor H. Porter
Páginas: 184 páginas (versão capa dura)
Editora: Pé da Letra 
Ano: 1913

Sinopse: 
A pequena cidade de Beldingsville, no interior dos Estados Unidos, nunca mais seria a mesma depois da chegada de Pollyanna, uma garotinha órfã de 11 anos que ficou aos cuidados da tia rica, a irritadiça e intransigente senhora Polly Harrington. Com sua extraordinária visão do mundo, a encantadora menina conquista os habitantes da cidadezinha e ensina a todos o seu incrível "jogo do contente", um jogo de transformar vidas e modificar destinos.

🌼

Uma pena eu ter comprado Pollyanna somente após ter feito a Tag dos Livros Opostos, pois certamente eu teria colocado essa capa fantástica em um dos tópicos. Definitivamente, entraria no tópico de capas mais bonitas, mas esta só sou eu, em meu imenso hype, dizendo tais coisas.

E, sim, eu sei o que deve estar pensando. A novela infantil do SBT foi baseada nos livros. Eu não tive a oportunidade de vê-la, então não posso dizer-lhes se ela foi ou não fidedigna ao livro.

O livro que comprei possui capa dura, e tem todo um charme de livro infantil, porém, não julgue esse clássico pela capa. Nossa pequena protagonista, mesmo com tão pouca idade, é uma miniatura de gente cheia de sabedoria. Comprei esse livro justamente por conta de um detalhe interessante, que comentarei mais a frente, contudo, o que me fez amá-lo foram as mensagens de gratidão e bondade que existem nele. Estive passando por uma fase cheia de pessimismos, e ao ler este livro, senti como se o sol raiasse outra vez. Parece loucura isso, mas realmente senti-me muito bem após lê-lo. Acho que é isso que significa "envolver-se com a leitura".

É um livro que pouco a pouco vai nos cativando, até que chega o momento em que tudo termina, e bate uma saudade... Sei que existe uma continuação (Pollyanna Moça), mas ainda não a possuo, e temo que demorarei para lê-la, pois as livrarias da minha cidade estão passando por dificuldades, e não costumo comprar online por causa do péssimo serviço de entrega dos correios.

Conhecemos a história de Pollyanna Whittier, uma menina de onze anos, muito loira e sardenta, que acabou de ficar órfã, e que deve morar com a sua tia, Polly Harrington. Foi muito difícil não confundi-las durante a leitura. Fiquei sabendo que em outras edições, principalmente em Portugal, Polly chama-se Paulina, e até mesmo Pollyanna teve a forma de seu nome simplificada para Poliana, e essa particularidade muito irritou-me, pois senti como se metade do encanto da personagem houvesse se perdido ao optar por nomeá-la com uma nomenclatura tão comum. Veja bem, meu nome verdadeiro consiste em dois N's e um Y. Se eu modificá-lo e optar apenas por um N e um E no lugar do Y, irei logo estranhar. Será como se tivesse faltando algo. Um detalhe incomum por assim dizer. A propósito, a mudança de nome de sua tia embaraçou completamente o que seria o significado do nome da protagonista, que foi batizada por sua mãe, em homenagem às suas duas irmãs menores, Polly e Anna. Enfim, acho que perdi um bocado de tempo com essa explicação insignificante.

Tia Polly é uma mulher extremamente rígida e pontual, cumpridora dos deveres. Digamos que ela não gosta de outras coisas também, como crianças, gatos de rua, cachorros de rua, meninos de rua, e por aí vai. Se pensas que Pollyanna ficou triste por recentemente perder o pai, engana-se. Seu pai havia lhe ensinado uma coisa chamada "jogo do contente", um jogo em que consiste em você ver coisas boas, mesmo em situações desvantajosas. Um exemplo, mesmo eu não tendo dinheiro, estou feliz por ter saúde, e foi esse ensinamento, meus caros, que fez-me amar este livro. Incrível como uma leitura pode mudar tudo, inclusive, transformar um dia ruim em bom, pois no dia em que comprei esse livro, tudo havia dado miseravelmente errado para mim. E durante à noite, quando iniciei a leitura, percebi o quanto ingrata e resmungona sou. 

Digamos que ao abrir o livro, comecei igual a tia Polly, e quando o fechei, senti-me um pouquinho igual à Pollyanna. Talvez, uns 48% menos pessimista. Quem sabe, daqui por diante, eu consiga ver a vida com olhares mais otimistas, ainda mais nesse momento tão ruim que o mundo está passando. Até mesmo peguei-me comparando-as ao Bob Esponja e ao Lula Molusco. Sendo Pollyanna como o Bob Esponja; sempre alegre, otimista e simpática, e a tia Polly como o último citado; uma pessoa com uma aura de melancolia, sempre isolando-se dos demais, e que não consegue enxergar o lado bom da vida, pois está muito apegada às pequenas trivialidades humanas.

E ao poucos, sua sobrinha tão incomum adentrará o seu coração.

Enquanto eu lia o livro, não pude deixar de notar que metade das pessoas de Beldingsville (que fica nos EUA, e não na Inglaterra como vi em algumas resenhas), serem assustadoramente rabugentas e irritadiças. Destaque para a própria tia Polly, a Sra. Snow, o Sr. John Pendleton, e o jovem órfão desolado, Jimmy Bean. Todavia, Pollyanna releva a tristeza alheia, ensinando-as seu precioso jogo, e com seu carisma e seu jeito doce de ver a vida, adentra os corações mais rochosos, tornando a sua presença cativante, mais do que necessária.

Pollyanna é como um bálsamo, e não fica contente enquanto todo mundo não estiver jogando o "jogo do contente", e sendo grato pelas pequenas coisas da vida.

 Oh, tia Polly, que pena!

ー Que pena?!

ー Sim! Olhe, se alguma vez tivesse ficado louca de alegria, teria batido mil portas. Se não bateu nenhuma, é porque nunca ficou realmente contente com nada. (pág. 62)


👆🏻 Essa será a minha nova desculpa quando eu bater a porta do carro, sem querer, e ela fechar bruscamente. 🤭 

Um pouco sobre a autora. Nascida em Littleton, em Nova Hampshire, EUA, Eleanor H. Porter(nascida Hodgman) foi originalmente cantora, mas, mais tarde, enveredou-se pela literatura. Em 1892, casou com John Lyman Porter e se mudou para Massachusetts. Porter escreveu principalmente literatura infanto-juvenil, incluindo três livros sobre Miss Billy, Cross Currents (1928), The Turn of the Tide (1928) e Six Star Ranch (1912), mas foi com Pollyanna e Pollyanna Moça que o mundo se encantou.



Agora, irei relevar o detalhe interessante que fez-me comprar esse livro longo de imediato. P:S: essa GIF acima deu muito trabalho para renderizar.

A versão adquirida por mim veio de cabeça para baixo. Eu sei? Maluquice, não? Agora, quando eu estiver o lendo no ônibus, as pessoas pensaram que estou lendo de modo errado. E foi exatamente por este "erro" que eu quis comprar este livro para mim. Comentei com o meu marido, que riu um bocado e achou-o fascinante. Mostrei para a minha mãe, e ela nada entendeu, e perguntou-me por que eu não escolhi um livro "normal". 

Ora, veja se pode! Mamãe tampouco entendeu a minha escolha. Livros editados e encadernados de maneira correta existem aos montes. Mas, um livro de cabeça para baixo, isso é tão raro quanto tropeçar em diamantes em uma caminhada matinal. Sinto que acabei por obter um tesouro. E cá entre nós, o livro de cabeça para baixo combinou perfeitamente com a história de Pollyanna, uma menina muito maluquinha e muito amável que virou a vida de todos de cabeça para baixo.

E sabem o que mais? Pollyanna Whittier seria uma boa amiga para Anne Shirley. 


ー Talvez, mas acho que o prisma mais belo de todos é você, Pollyanna.

 Oh, mas eu não espalho lindos raios vermelhos, verdes e violetas quando o sol bate em mim, Sr. Pendleton! 

ー Não? ー sorriu o homem. 

ー Não. Em mim, Sr. Pendleton, o sol só consegue aumentar as minhas sardas. A tia Polly diz que o sol faz isso em mim!(pág. 114)




**O livro foi comprado por mim. Não é um livro-parceria.


Comentários

  1. Mais uma dica maravilhosa.

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  2. amo tanto esse livro
    🌹🎐💫🌼🙇🏻‍♀️🌸🎀😋💕💙🦄🐝🌈🌹🎐💫🌼🙇🏻‍♀️🌸🎀😋💕💙🦄🐝🌈

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  3. Uma resenha incrível, como esperado de minha amiga. 💙💜
    Tão feliz por saber que mais pessoas gostam dessa joia.
    Obs.: shipei muito nossa Pollyanna com Jimmy Bean, kkkkk.

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    1. Impossível não querer que esses dois fiquem juntos. É muito amorzinho.

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    2. Sobre As Aventuras de Poliana a resposta é NÃO. Ela não tem absolutamente nada a ver com o livro. Até que ela começa legal, mas depois se perde completamente no enredo. E fica tão chatinha com o passar do tempo. Dropei acho que no capítulo 200. E olha que ainda assisti muito!

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    3. Sabia. Acho que é uma espécie de maldição. Toda obra muito longa, que fica enrolando para chegar nos "finalmentes", acaba perdendo a essência. Obrigada por falar, assim poupou-me de fazer comparações entre uma e outra.

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  4. O livro de cabeça para baixo é com certeza a ideia mais genial de todas!
    Tô até querendo um pra mim agora. Será seu consigo encontrar se fuçar bastante nas estantes da livraria aqui da minha cidade?

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  5. Respostas
    1. Oi, amigo. Comprei em um livraria do shopping local. Não costumo comprar coisas pela internet.

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    2. Estou pensando em adquiri-lo, mas no momento estou sem grana. 🤭

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    3. Ah, entendo... Mas nada será melhor do que possuir um livro físico em mãos... contemplar as páginas amarelas e coloca-lo na estante.

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    4. Esses dias estou pensando em comprar online, já que as livrarias da minha cidade estão fechando as portas.

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  6. Duas resenhas no mesmo mês? Está nos mimando muito, Dona Sammy. Não estamos acostumados com tanto mimo.
    By: Suzy.

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    1. Vocês merecem o melhor. 😘
      Gostaria de atualizar o blog todo dia, como fazia outrora, mas não posso. Uma pena.

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  7. Que fofo o livro gostei bastante de conhecer, maravilhosa a sua resenha, bjs.

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  8. que escrita incrível.
    dá para perceber que vc ponhe muito amor no que faz.

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  9. Resenha linda, miga. Tá de parabéns.

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