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Nuances da vida




Acho que este deveria ser o momento para escrever uma lista enorme com coisas que eu aprendi quando atingisse uma certa idade. Mas tais listas são incabíveis a mim. Estou sempre em metamorfose, sempre absorvendo coisas novas... Não poderia caber uma lista tudo o que vivenciei, pois ainda estou vivendo, e consequentemente, aprendendo.

Há muito tempo, não tanto tempo assim, existiu uma garota que escrevia seus sonhos e ilusões em páginas brancas, ansiosa em seus primeiros passos da fé para alcançar mais almas. Aquela garota, de outrora seus dezenove anos, recém estudante de Administração e Segurança do Trabalho, almejava seguir seu caminho, que em nada era relacionado com as matérias da qual estudava. Ela queria ser uma escritora. Desejava ardentemente pôr para fora todas as suas ideias e devaneios, pois muito lhe sufocavam o peito.

Criou um simplório blog, sete anos atrás, para suprimir essa grandiosa vontade que sentia. 
Gradualmente, passou a achar sua escrita vazia, arcaica, estranha. Rudimentar. Mas ao mesmo tempo, em que tanto cobrava-se para ser igual às demais, aquela garota perdeu sua inocência acerca do que acreditava, e teria de projetar um longo caminho de volta para encontrar-se... Pois ela acabou perdendo-se no caminho.

Por vezes, ela chorou, e ninguém podia escutar seu choro, pois ela tratou de aprender a chorar invisível. Muitas vezes, ela almejou ser novamente uma criança, pois não suportava o peso de uma vida adulta regada a pesadas responsabilidades. 

Ela tentou desistir muitas vezes, pois para ela, a vida era pouco colorida e muito amarga. 

As coisas que antes ela amava, ela passou a detestar. 

Tentou agradar a muitos e não agradava a si mesma.

E, então, ela reencontrou-se. Ela nunca esteve perdida. Seu eu verdadeiro sempre esteve lá, guardado em um canto escuro do seu coração.

Com o tempo, aquela garota cresceu — não em altura — mas de outra forma. Ela já não via o mundo da mesma maneira. Ela podia suportar o fardo em seus ombros, pois aprendeu que não estava só. Havia alguém junto a ela que a entendia, que lhe daria forças, que transformaria sua tristeza em alegria. Deus estava com ela, isso ela podia sentir.

Ela só precisava acreditar de novo, e ao ter fé novamente, seu amor pelas coisas que outrora esquecera, retornara, inclusive, seu amor por um cantinho que ela mesmo criara para colocar para fora suas ideias, fantasias, devaneios e crenças. 

Ela havia voltado ao seu antigo amor. E jurou que não o abandonaria jamais.

Essa sou eu.

 Regressando para aquilo da qual fui chamada. O blog foi o primeiro lugar da qual senti-me feliz em estar. E depois de tanto tempo longe, depois de todas as provações e conquistas, depois de todas as lágrimas e risos, acredito que eu esteja pronta para retornar.

Desejem-me sorte, amigos e os poucos que aqui ficaram. A jornada é longa, a vida é dura, mas com fé, sei que conseguirei.


Ciao.




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