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Livro: O Pequeno Príncipe



🤴🏻🌹

Nome original: Le Petit Prince
Autor: Antoine de Saint-Exupéry
Páginas: 93 páginas
Editora: Autêntica
Ano: 1943

Sinopse: Uma obra-prima absolutamente essencial Publicado pela primeira vez em 1942 nos Estados Unidos e, três anos mais tarde, na França, O pequeno príncipe tornou-se obra de apelo universal, um clássico moderno traduzido para mais de oitenta idiomas. Suas páginas abrigam valiosas lições sobre a solidão, a amizade, o tempo, a vida e a morte, compartilhadas conosco por meio do pequeno habitante do asteroide B 612. Apesar de escrito e narrado por um adulto, O pequeno príncipe se dirige, desde suas primeiras linhas, às crianças. É, na verdade, uma ode à infância, uma delicada viagem a esse planeta que aos poucos abandonamos, vivendo em prol das nossas vaidades, vícios, obrigações, números e demais coisas "sérias e importantes". Deixe-se conquistar pela fábula atemporal de Antoine de Saint-Exupéry e acompanhe o pequeno príncipe em sua jornada rumo ao nosso planeta. Lembre-se apenas de fechar um pouco os olhos e abrir bem o coração. Pois o essencial, como nos têm ensinado o pequeno príncipe e sua amiga raposa, por mais de setenta anos, é invisível aos olhos.

🦊

E, trago hoje, um clássico infantil atemporal, e não exagero quando exclamo tais coisas. Agradeço aos céus por ter escolhido uma versão com capa mais simples, porém, com tradução correta. Assim que vi em algumas resenhas, que a edição com capa dura retirou a palavra "cativar" e outras coisas a mais, literalmente corri para as colinas e optei pela versão de capa brochura, pois não quis estragar a minha experiência literária. Um ponto para a editora e a tradutora responsável por essa versão.

 O Pequeno Príncipe conta a história através de um acontecimento fascinante na vida de um piloto, que decidiu seguir por essa carreira após desistir de seu sonho em ser desenhista, desestimulado pelos adultos que não sabiam diferenciar seus desenhos de jiboias fechadas e abertas de um mero chapéu. Isolado e praticamente sozinho, após seu avião ter uma pane na qual ele viu-se forçado a pousar no deserto do Saara (um paralelo ao próprio Antoine de Saint-Exupéry, que era piloto, e que passou por tal adversidade na vida real), o piloto vê-se perante a figura de um menininho de cabelos dourados que lhe insiste para o que o moço lhe desenhe um carneiro, sem mais ou menos ou sem qualquer apresentação. E por causa de sua aparência, o piloto o têm por Pequeno Príncipe. 

Como o piloto não sabe desenhar, pois desistiu de tal fato após fracassar em dois desenhos, tenta convencer o pequenino com um desenho qualquer, e na ocasião, desenha a única coisa que sabia: uma jiboia fechada. Obviamente, o Pequeno Príncipe sabia bem o que era aquilo, e recusa-o, para espanto do homem:

❝ 一 Não! Não! Eu não quero um elefante dentro de uma jiboia. Uma jiboia é muito perigosa, e um elefante é grande demais. Tudo é muito pequeno onde eu moro. Eu preciso de um carneiro. Desenhe um carneiro para mim.❞ (pág. 11)

Após muitas tentativas frustradas em desenhar o bendito carneiro para o menino exigente, o homem acaba por desenhar uma caixa, e diz ao pequenino que o carneiro que ele quer, está dentro da caixa.

E aos poucos, uma amizade vai se fortalecendo entre eles. Entre o homem e o menino curioso acerca de tudo.


Este com toda a certeza, foi um dos livros mais belos que eu li, e creio que nenhuma resenha minha faria jus à grandiosidade escondida nele. Palavras não seriam o suficiente para expressar o apreço que tenho pelo Pequeno Príncipe. 

A forma leve e delicada de como o autor nos repassa a mensagem, de que podemos ainda permanecer com os nossos sonhos de crianças, mesmo sendo adultos, tocou-me grandemente.

Acabei por senti-me identificada pelo personagem-narrador, já que, quando eu era criança, muito fui desincentivada por meus próprios pais, a parar de rascunhar meus desenhos, pois eles vinham em meus esboços tortos e coloridos uma pura perda de tempo, e que eu deveria focar minhas energias em outra coisa. Uma coisa assim, dita de forma nada amena, para uma criança de seis anos, é devastador. Com o tempo, deixei de desenhar, e somente quando fiquei adulta, retornei ao papel e lápis, mas ainda assim, as mensagens desmotivadoras rodam minha mente. Estou pegando o jeito, depois de tanto, porém ainda é difícil retornar ao caminho para fazer aquilo da qual tanto gosto.

Voltando ao livro... Depois de algum tempo, convivendo com o menino de cabelos dourados, o piloto descobre que ele viera de outro planeta, na verdade, um asteroide chamado B612 que contém três vulcões (dois ativos e um não), e que o Pequeno Príncipe já havia visitado outros planetas.

❝ 一 Eu conheci um planeta onde vive um homem vermelho como o carmim. Ele nunca sentiu o perfume de um flor. Nunca contemplou uma estrela. Nunca amou ninguém. A única coisa que sabe fazer são contas de somar. E ele passa o dia todo repetindo, como você: "Eu sou um homem ocupado com coisas sérias! Eu sou um homem ocupado com coisas sérias!", e isso o enche de orgulho. Mas ele não é um homem, é um cogumelo! (pág. 26)

E por falar em flores, existe a figura de uma rosa orgulhosa, que o Pequeno Príncipe cultiva em seu planetoide, e ela fora o motivo dele peregrinar em tantos lugares diferentes. É interessante observar o amor do pequenino pela rosa que é uma criatura que não possui modéstia alguma. Contudo, aquela rosa (oh, ela não gosta de ser chamada de "planta"), também amava-o, e admite isso na partida do menino, e enxota-o, pois não queria que ele visse as suas lágrimas.


O Pequeno Príncipe conhece o planeta em que habita um rei que gosta de dar ordens, um outro planeta em que há um homem vaidoso que gosta de aplausos, um outro em que mora um bêbado, cuja visita foi curta, mas o suficiente para deixar o pequenino, triste. Visita um outro planeta em que há um empresário que somente sabe calcular coisas. E em um outro, existia um acendedor de lampiões que só sabia cumprir regulamentos, e um outro planeta, em que havia um geógrafo que nunca saiu de sua sala repleta de livros para explorar o mundo.

Por trás de cada arquétipo de adulto, há uma identificação. O adulto que gosta de dar ordens, o que é vaidoso e só gosta de elogios, o adulto que bebe porque tem vergonha, o adulto que só vive para o trabalho, o adulto que apenas sabe receber ordens, e o adulto que mesmo cercado de coisas belas, nunca teve coragem para explorar mundo afora, pois sentia-se limitado à sua função. Aos passos de cada um, na vida real, existem pessoas assim. Abrem a mão de admirar as coisas simples, em decorrência da corrida vida adulta. Peguei-me assim algum tempo. Sempre atarefada, correndo de um lado para o outro, sem descansar. Precisei puxar o freio, ou iria simplesmente ensandecer. É como se o próprio livro estivesse dando-me uma lição.


No último planeta que visitou, a Terra, o Pequeno Príncipe conhecesse um jardim de rosas, semelhantes à sua rosa, porém muito mais convencidas. E é aqui que ele conhecesse um dos personagens mais marcantes deste livro: a raposa. 

A sábia raposa lhe ensina o significado da palavra "cativar" e da importância em criar laços.

一 Eu, para você, ainda não passo de uma raposa semelhante a milhares de outras raposas. Mas, se você me cativar, nós teremos necessidade um do outro. Você será o único menino do mundo para mim. E eu serei para você a única raposa do mundo. (pág. 65)


O tempo que passa com a raposa, logo passa rápido, e chega o momento da partida. Nem preciso dizer que o coração torna-se apertado com a despedida dos dois, pois a raposa fora a única que o compreendera. E, no final, um cativou o outro, e tornou-se necessário um do outro. 

❝ 一 Adeus! E aqui está o meu segredo, que é muito simples: só conseguimos ver bem o coração. O essencial é invisível aos olhos.(pág. 70)


Acontecem muitas outras aventuras pela frente, mas creio que já disse o suficiente, ou falei até muito.
 É um livro que deve ser apreciado por cada um, de formas diferentes. É uma leitura bem rápida, li o livro em um dia mesmo, creio que terminei em duas horas e meia, mas esta foi eu, que sou a lerdeza em pessoa. 
 
Sobre o autor: Ao mesmo tempo herói de guerra e homem de letras, vivendo numa Europa marcada pelos dois grandes conflitos que dividiram o mundo na primeira metade do século XIX, Saint-Exupéry manifestou seu desejo de um mundo livre e mais justo em livros inesquecíveis como Voo Noturno, Terra dos homens e, de modo especial, em sua magnum opus O Pequeno Príncipe, já traduzido para cerca de 250 línguas e dialetos.

Numa perigosa missão em julho de 1944, o avião que Saint-Exupéry pilotava foi abatido no Mediterrâneo pelos nazistas. Seu corpo nunca foi encontrado. Em 2012, o soldado que alvejou o avião do escritor, declarou: "Eu só soube depois que era Saint-Exupéry, porque todos os jovens da minha geração leram seus livros. Nós adorávamos ele".


E esta é a minha recomendação. É um livro essencial, que cada um deve ter em sua estante. A edição comprada por mim veio recheada de ilustrações feitas pelo próprio Antoine de Saint-Exupéry, mas não engane-se. O Pequeno Príncipe está longe de ser apenas um livro infantil. É uma leitura com ensinamentos que perdurarão por toda a vida.

❝ Se um menino vier em sua direção, sorrindo, com cabelos dourados, sem responder às perguntas que vocês fizerem, saberão quem ele é. Nesse caso, peço uma gentileza: não me deixem tão triste, escrevam-me rapidamente, dizendo que ele voltou. (pág. 91)

Ademais, escrevi um conto algum tempo, inspirada neste livro. Caso queira ler, é só clicar AQUI.




**Esse livro foi comprado por mim. Não é um livro-parceria.



Comentários

  1. Imagina quando estiver na hora de escolha o seu!rsrs

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    1. •✿ oi amiga. saudads de vc e do seu blog. •✿

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  2. que resenha perfeita

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  3. Meu livro favorito da vida

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  4. Só vou conseguir me expressar por meio de emojis
    🤴🏼💕🌹🦊🛩
    No aguardo de uma nova resenha.

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  5. Já li muitas resenhas, mas a sua foi de longe a que mais me agradou.
    Bom saber que vc se identiificou com o livro.
    Rainha.
    ♛❤

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  6. meus pais também não me deixavam desenhar. Diziam que era perca de tempo, que era besteira... cresci frustrada e não hoje não tenho nem mais vontade de pegar em um lápis de cor de novo.. por culpa deles... fico triste pq vocÊ passou pelo mesmo..

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    1. Que pena. Na torcida para que você volte a desenhar.

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  7. interessante saber que o cara que alvejou o avião dele, era fã dele, e não sabia que ele o havia matado. ironia do destino.

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