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Filme: À Prova de Fogo




Nome original: Fireproof
Ano: 2008
Duração: 1h58m
Gênero: Romance/Drama/Espiritual
Direção: Alex Kendrick 

Sinopse: Conheça a história de Caleb Holt, um heroico capitão do corpo de bombeiros que preza a dedicação e o serviço ao próximo acima de tudo. Mas a parceria mais importante de sua vida, seu casamento, está prestes a se desfazer em fumaça. Esta história cativante acompanha o desejo de um homem em transformar sua vida e seu casamento através do poder curativo da fé e de seguir adiante pelo lema dos bombeiros: Nunca deixe o seu parceiro para trás.


Antes de iniciar a resenha sobre esse filme maravilhoso, um pequeno desabafo.

Digamos que eu senti vontade de recomendar esse filme depois que eu o assisti em um certo canal aberto, cujo Não-pode-ser-renomeado, e achei um tanto estranho a edição final que deram a ele. Não era a primeira vez que eu o assistia, e por isso muito desconfiei de quando o vi na TV aberta. Fireproof é um filme cristão, feito para cristãos e por cristãos, e o tal canal que não-pode-ser-renomeado fizera tantos cortes no filme, retirando toda a sua significância e peso espiritual, que acabou deixando-o com cara de filme água com açúcar, genérico, desses que a tal emissora está acostumada a transmitir em sua grade de programação vespertina. Sim, meus caros. O tal canal retirou TODAS as citações a Cristo que haviam no filme! Censuraram-no tal qual como se fosse algo pornográfico (e pornografia é algo muito recorrente na tal emissora). Aquilo muito me irritou. E ainda estou profundamente irritada! Se a tal emissora não gosta dos costumes cristãos, por que tiveram a pachorra em passar um filme dessa patente em sua grade de programação, e o pior, chegarem ao extremo de censurar toda e qualquer mensura a Cristo? 🤔 Uma atitude vergonhosa e infantil.

Enfim, resolvi procurar o filme pelo Youtube Filmes e alugar por um precinho bem camarada, e finalmente, poder assistir em paz, sem que tivesse as mãos tenebrosas da emissora safardana cujo nome é proibido de ser mencionado. Acho que foi por conta deste evento que jurei nunca mais assistir nada que passasse em canais de TV aberta, limitando-me aos serviços de streaming, ao menos a censura nestes não é tão escancarada e indecorosa. E o melhor, posso escolher o áudio que mais me agrada, sendo assim, o áudio original.

Finalizado o desabafo, vamos ao filme? Já devem estar cansados dessa ladainha inicial que não levará a lugar algum.

Quando assisti esse filme pela primeira vez, digo que me emocionei logo de cara. Muito lindo, leve, sem apelar para a sexualidade como é o caso de muitos filmes em Hollywood. Uma história cativante que irá tocar seu coração, sobre o resgate de um casamento em ruínas.

Acompanhamos Caleb (interpretado por Kirk Cameron), o capitão do corpo de bombeiros, que ocasionalmente arrisca a própria vida em prol de ajudar aos outros. Ele é visto como herói por todos, exceto por sua esposa, Catherine (Erin Bethea), que trabalha 24 horas no hospital, além de sentir-se responsabilizada em cuidar da mãe doente.

Já digo logo de cara que é bem difícil gostar dos protagonistas. Ambos são mesquinhos e egoístas (principalmente Caleb), e somente começamos a torcer por eles a partir do meio para o final do filme. Agem como completos inimigos debaixo do mesmo teto, com birrinhas extremamente infantis, e quando não estão calados, dando gelo um no outro, estão desferindo farpas um contra o outro.

O casal não tem um bendito momento em que estejam de acordo com algo. Casados há sete anos e sem filhos, a relação de Caleb e Catherine está mais do que fria, pois tornou-se um colossal iceberg. A moça cobra-o por nunca fazer nada quando está em casa, além de culpá-lo por satisfazer-se em sites pornográficos. Enquanto Caleb, acha a esposa chata e autoritária, privando-o de seus sonhos. (o sonho dele é a compra de um caríssimo barco, e Catherine acha um absurdo gastar dinheiro com uma futilidade tão grande). 

Em uma discussão séria, o casal concorda que o melhor para eles seria optar pelo divórcio. Enquanto Caleb vilaniza a imagem da esposa para o melhor amigo, ela faz o mesmo com ele, enquanto diz todos os defeitos do marido para as amigas. Nesse ponto, achei um erro de ambos. Sabe aquele ditado, "Em briga de marido e mulher ninguém mete a colher?". Pois bem, ambos deveriam resguardar-se de falar mal do cônjuge pelas costas. Isso abre tantas brechas para o inimigo agir. As amigas de Catherine dão conselhos para lá de estapafúrdios para a moça, inclusive cogitando-a a divorciar-se de uma vez por todas, e uma até oferece-se para que Catherine more no apartamento junto a ela.




Caleb conversa com o seu pai, falando que está preparando os papéis para a sua separação com Catherine e os advogados. O pai então diz para o filho adiar o divórcio por 40 dias. Ele não entende bem o propósito daquilo, mas obedece.

O amigo de Caleb, Michael, sugere então que o rapaz pense com cuidado, pois um divórcio sempre deixa cicatrizes. Acontece que Michael outrora já foi casado, e cometeu os mesmos erros que Caleb. Discutia com a esposa e não dava valor suficiente para ela. Optou pelo divórcio, vendo naquilo uma liberdade para seu casamento infernal, mas quando conheceu a Cristo, arrependeu-se do que fez, e até tentou retornar para a ex-mulher. No entanto, ela já encontrava-se casada com outro. E aquele era o grande segredo e rancor dele. Achou-se incapaz em ter zelado pelo seu casamento.

Catherine torna-se muito próxima de um médico que trabalha no mesmo hospital que ela, Gavin, criando uma amizade ambígua, e é uma relação meio que regada a flertes e palavras melosas, pois Catherine nunca tivera nada daquilo com Caleb. Com Gavin, ela sente-se desejada, ouvida, e acima de tudo, sente-se querida por ele. Tem até uma cena em que Anna, uma das enfermeiras do hospital que é uma mulher de grandiosa fé, alerta-a sobre sua amizade com Gavin, e lhe diz que se o rapaz age daquela forma tão íntima com ela, o que não o impede de agir daquele mesmo jeito com tantas outras mulheres? Óbvio que aquilo ofende Catherine que dá a conversa por encerrada de forma rude.

E, então, inicia-se a jornada de Caleb para reconquistar o amor de sua esposa. Ele recebe um envelope pelo correio mandado por seu pai. Um caderno com anotações importantes chamado de "O Desafio de Amar". Caleb inicia os desafios fazendo-os da forma mais preguiçosa possível. Compra um punhado de flores feias para a esposa, faz ligações para ela no trabalho apenas porque está em um dos desafios do caderno, e não porque está preocupado em saber como ela estar.

Um dia, Catherine o enfrenta (porque uma amiga do trabalho põe minhocas em sua cabeça, segredando que Caleb quer ficar com tudo no acordo pós-divórcio), e durante a discussão, Catherine joga sua frustração por Caleb ser um viciado em pornografia.

O mais maluco de tudo isso, é que toda a vez que Caleb tem um surto de raiva após discutir com Catherine, ele pega um bastão de beisebol e surra a lixeira. Sempre sob o constante olhar de perplexidade de seu vizinho, Sr. Rudolph, um senhorzinho de idade que rega flores, e que se limita a trocar uma ou duas palavras com Caleb.

Depois de um jantar que planejara com Catherine, que sai miseravelmente errado, pois a moça diz em sua cara que não o ama mais, Caleb está pronto para jogar a toalha e desistir de tudo.

Percebendo que os desafios não estão ajudando-o a conquistar Catherine, Caleb vai tirar satisfações com o pai. Revela que aturou os sarcasmos e o desprezo de Catherine, que a esposa é ingrata, e que ela não merece seus esforços e que não fará mais nada para salvar seu casamento. E é aí que vem uma das cenas mais memoráveis do filme. (e que muitas páginas cristãs no Facebook postam em sua timeline).


Uma reflexão incrível, por assim dizer. Deus faz tudo por nós, demonstra Seu amor diariamente, e ainda assim, o rejeitamos, esnobamos de Seus atos, e queremos nos mostrar superiores perante nossos próprios feitos, que nada passam de trapo de imundícia. (Isaías 64:6). 

O desafio não estava dando certo, porque Caleb não estava entendendo o significado de amar. O amor é um sacrifício diário. E o Amor de Deus por nós foi tão grande, que deu o Seu único filho para morrer por nós. Logo, amor maior que esse não existe.

A partir desse momento, a personalidade de Caleb sofre uma reviravolta e ele se torna mais "gostável". Ele abre seu coração para Cristo, e até anuncia as boas novas para Michael, que muito alegra-se.

Caleb continua os desafios, dessa vez, fazendo-os a sério, e não porque era forçado. Continua também arriscando-se em suas missões no trabalho, e em uma dessas, quando salva uma garotinha que ficou presa em uma casa em chamas, Caleb é encaminhado para o mesmo hospital em que Catherine trabalha. Quando ela o vê, cheio de fuligem e queimaduras, não esboça uma reação e trata-o friamente (até esse ponto, fica muito difícil também gostar de Catherine). Somente quando uma enfermeira diz que ela pode permanecer ao lado do marido, Gavin, que estava no mesmo ambiente naquele momento, pega-se um tanto chocado com aquela revelação. Tem até um diálogo bastante interessante nesse momento, entre Gavin e Caleb.

"Eu não colocaria a aliança de volta até a sua mão ter a chance de se recuperar."

"Minha mão vai ter se recuperar com a aliança."

Não sei se até esse ponto entenderam esse diálogo, mas vamos lá. A mão de Caleb estava doendo, com queimaduras (não entendo a gravidade de uma queimadura, porém, cogitemos que seja de segundo grau), além de anteriormente ter sido destratado por sua esposa, que sequer perguntou seu estado. Contudo, novamente, Caleb havia entendido que amor era sacrifício, suportar a dor. Porque o amor tudo sofre e tudo suporta.

Cansado de ser um escravo de seus próprios desejos infames, Caleb destrói o computador, pois ele havia lido no Desafio de Amar sobre os parasitas, não os literais, mas os figurados, parasitas que sugam a vida que existe no casamento. Quando Catherine volta para casa, no lugar no computador, encontra um lindo arranjo de rosas vermelhas. Ali, outrora um lugar que Caleb extravasava suas luxúrias escondido dos olhos da esposa (não aos olhos de Deus), agora tornou-se um ponto para mostrar à esposa que ele ainda a amava, e que abriu mão de seus vício profanos. (ao lado das rosas havia um cartão com uma declaração amorosa). Todavia, dá-se a entender que Catherine pensa que aquele é um presente de Gavin, um outro mal entendido que acontece mais a frente, perto do fim do filme. 

Mesmo com todas as provas da mudança de Caleb, Catherine insiste em manter firme diante do divórcio. E Caleb terá de lutar até o fim pelo amor que sente por ela.

Enfim, galera, é um filme maravilhoso, e deu-me vontade de falar sobre ele após o incidente citado com a emissora-cujo-nome-não-pode-ser-mencionado. 
Tem cenas realmente impactantes no filme, como a cena em que 
Caleb e a equipe retira com dificuldade um carro com duas jovens feridas nos trilhos de um trem, com o mesmo se aproximando. Mas tem algumas cenas bem nonsense, como a do bombeiro loirinho que fica paquerando a si mesmo na frente do espelho.

Recomendo MUITO esse filme. Não revelarei o final, acredito que cabe a você assistir e emocionar-se ao menos uma vez. Demorei uma semana para terminar essa postagem, pois estava procrastinando (que feio de minha parte 😋), além de sentir fortes dores na coluna, o que impediu-me em digitar por prolongadas horas defronte ao computador. 

No mais, espero que tenham gostado dessa postagem.

Uma curiosidade aqui, para fechar com chave de ouro: Kirk Cameron, que é cristão evangélico, se recusou a beijar qualquer mulher que não fosse a sua esposa. Por isso, para filmar a cena em que seu personagem dá um beijo de cinema em Catherine, os cineastas tiveram de vestir a esposa de Cameron na vida real, Chelsea Noble, como a personagem de Catherine (interpretada por todo o resto do filme por Erin Bethea) e gravar a cena do beijo na penumbra, assim a diferença entre Noble e Bethea não seria tão evidente na tela. Mas, ainda assim, percebe-se a diferença, pois a atriz que faz Catherine tem o mesmo tamanho que Kirk Cameron, e na cena do beijo, ela se torna um pouco mais baixa. Bom truque, admito.

Por hoje é só. 

See ya.


Comentários

  1. Filme muito bom!!!!
    Uma lição!!
    Recomendo que todos vejam, vale a pena mesmo!

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    Respostas
    1. Tem razão amiga: uma linda lição...

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  2. Anônimo15:51

    Esse filme é realmente muito bom. É inspirador! Também é um dos meus preferidos (:

    http://filho-dele.blogspot.com.br/

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    Respostas
    1. Obrigada pelo comentário amada e já estou te seguindo... Beijos

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