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Livro: Anne de Windy Poplars




Título original: Anne of Windy Poplars
Autora: L. M. Montgomery.
Ano: 1936
Sinopse: Anne agora é diretora da escola de Summerside. A nova cidade e posição preparam desafios, como a influente família Pringle, que não a quer a frente da escola. Gilbert Blythe está a três anos de concluir a faculdade de medicina e Anne se corresponde com o noivo por cartas, compartilhando sua rotina com as viúvas tia Kate e tia Chatty, a governanta Rebecca Dew, o gato Dusty e sua vizinha Elizabeth.

👩🏻‍🦰🍃

Infelizmente, escrevo de coração partido, o quarto livro da saga Anne de Green Gables é o mais fraco de toda a coleção e o meu livro menos favorito da nossa querida ruivinha. Não que eu tenha o detestado mortalmente, mas durante toda a leitura não fiquei com aquela sensação extasiante de quando li os anteriores. Ele é um livro bem aquém do esperado, porém isso não o torna péssimo. 

O nome do livro na tradução literal seria algo como "álamos ventosos".

É o único livro da saga que não possuo fisicamente em minha estante e por isso recorri à uma cópia digital, comprada através do Google Books, em uma promoçãozinha bem amigável.

Neste livro, Anne e Gilbert estão noivos (desculpe se isso é um spoiler para alguém, mas a maioria das pessoas que estão familiarizadas com os livros ou filmes sabem que eventualmente se casarão), mas Gilbert ainda tem três anos de faculdade de medicina, então Anne assume o cargo de diretora da Summerside High durante esses três anos. É longe o suficiente para que ela não possa morar em casa, mas perto o suficiente para visitar Avonlea nos fins de semana. 

À medida que Anne se adapta ao seu novo trabalho, condições de vida e comunidade, ela descobre que enfrenta alguns inimigos inesperados: a sarcástica e frágil colega de trabalho Katherine e todo o clã Pringle, a família líder que parece governar grande parte da cidade. Um dos parentes de Pringle se candidatou ao cargo que foi dado a Anne, então imediatamente todos estão contra ela mesmo sem sequer conhecer o caráter de Anne. A maioria de seus alunos são Pringles ou meio-Pringles, o que torna o seu trabalho especialmente difícil.



No entanto, Anne encontra tesouros inesperados na pequena Elizabeth, uma vizinha de uma casa sem amor estritamente controlada, e em vários personagens que conhece, e ela se propõe a mudar a maré dos sentimentos de Pringle e conquistar a amizade de Katherine.

Mesmo sendo fã de Anne, devo dizer que este não é o meu favorito dos quatro primeiros livros, por vários motivos:

🍃Vemos muito pouco dos antigos personagens de Avonlea.
🍃Vemos muito pouco Gilbert, embora agora eles estejam noivos, a participação dele não parece ser importante para Anne.
🍃Grande parte do livro foi escrita na forma de cartas de Anne para Gilbert. Cartas longas e detalhadas.
🍃Algumas cartas teriam ficado bem se fossem mais curtas, e mesmo que as cartas de Anne sejam longas e mais narrativas do que normalmente vemos hoje em dia, simplesmente não é tão agradável quanto ler uma história fluída de modo normal, narrado em terceira pessoa.

É como se esse livro fosse um grande filler. 

Anne parece um pouco… autoritária e quase presunçosa, às vezes, ao esclarecer certas coisas para as pessoas ao seu redor. E ainda continua muito orgulhosa com o seu nariz.

Parece haver um pouco mais de maldade do que nos outros livros. Sempre houve fofoqueiros e personagens geradores de intrigas que geralmente são os antagonistas nos livros da L. M. Montgomery, mas desta vez eles pareciam um pouco mais cáusticos. Por exemplo, uma garota diz a Anne: “Amy odeia você porque queria ser minha dama de honra. Mas eu não poderia ter alguém tão gordo e atarracado agora, poderia?” Até Anne disse: “Se eu ficasse mais tempo, ou enlouqueceria ou daria um tapa na cara de quebra-nozes da Sra. Gibson.” 😳

Não importa quantas luas atrás eu tenha lido pela primeira vez os livros de Anne, depois descobri o universo literário de Lucy Maud Montgomery além do mundo de Anne, e encontrei alguns livros como seus contos. Não me lembro dos títulos agora, mas sinto que Anne de Windy Poplars é quase parecido com uma coleção de contos. Existem tramas que percorrem as interações de Anne com os Pringles, Katherine e as mulheres com quem Anne embarca, mas muitos dos capítulos se concentram em indivíduos ou famílias isoladas. 

Algumas de suas situações são cômicas, outras trágicas. Quase todos eles têm algum problema para o qual desejam que Anne ajude — ou para o qual ela decide ajudar sem pedir. Ela “começa a suspeitar… [ela] é uma intrometida inveterada nos negócios de outras pessoas — sempre com excelentes intenções, é claro”. Algumas pessoas gostam de todos os personagens em excesso. Gostei de alguns deles, mas poderia ter feito com alguns menos.

Mas, apesar dessas advertências, há muito do antigo estilo Anne ali. Foi bom vê-la amadurecendo e até mesmo passando por uma ou duas “arranhões”. Alguns dos diálogos são maravilhosos e alguns dos personagens, especialmente Katherine e Elizabeth, são excelentemente desenhados.

A única outra citação que marquei no livro foi esta: “O sarcasmo, no homem ou na mulher, era a única arma que Anne temia. Isso sempre a machucava... criava bolhas em sua alma que doíam por meses. Uma descrição tão adequada. Que eu sempre tome cuidado para não ferir a alma de alguém.”

Anne está crescendo e envelhecendo, e estamos fazendo o mesmo percurso da vida que ela.


Sobre a autora: Lucy Maud Montgomery nasceu em 30 de novembro de 1874 em Clifton, Canadá, lugar que serviu de cenário para sua primeira obra Anne de Green Gables. Sua mãe faleceu quando Lucy era bebê, e o pai a entregou aos seus avós maternos, porém, aos 7 anos, ele retornou para buscá-la. Ela cresceu sozinha, e isso fez com que tivesse bastante tempo para imaginar e criar diversas histórias. Em 1890, publicou seu primeiro texto em Charlottetown. Faleceu em 24 de abril de 1942, em Toronto, Canadá.






O livro foi comprado (digitalmente) por mim. Não é um livro parceria. 👩🏻‍🦰👒




Comentários

  1. Com certeza é o livro mais fraco

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  2. Amei o post Sammy. Beijos cor de rosa pra vc🩷😘

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  3. Eu queria ter gostado desse livro ainda mais pq eu amooo a Anne, de verdade... mas foi como vc disse: o livro parece um grande filler.

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