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Piores adaptações de livros



Em um mundo em que tivemos adaptações quase fidedignas aos livros, como O Senhor dos Anéis ou Harry Potter, que conseguiram por sua vez transparecer os escritos originais na grande tela prendendo nossa atenção e tirando o nosso fôlego, não posso dizer o mesmo dos filmes que citarei a seguir. Alguns foram tão mal trabalhados que sequer parecem terem se inspirado no material base, e muitos, preferiram readaptar obras que passam-se em outras eras, para a nossa época atual, tornando tudo embaraçoso, enfadonho e deveras desconfortante. Para vocês, uma lista das piores adaptações de livros para a Sétima Arte, em minha ínfima opinião. Obviamente você pode discordar à vontade, mantendo o respeito e a decência. Se tiver alguma adaptação tenebrosa em mente, pode comentá-la no final da postagem.


Vamos dar início a lista.


10. O Hobbit (2012)




Uma palavra para o Hobbit: desnecessário.
 Peter Jackson deveria estar com o rei na barriga quando decidiu adaptar o Hobbit, apenas para afagar o próprio ego, pois nem mesmo o festival de efeitos especiais salva esse filme. Quiçá, tentou replicar o sucesso de anos antes, quando adaptou O Senhor dos Anéis. Uma pena, pois tanto o Hobbit quanto suas sequências são plenamente desnecessárias. Acredite ou não, eu assisti esse filme no cinema, com meu marido e meu cunhado, e meu cunhado dormiu nas cenas de ação. Sério. Ele dormiu em uma cena de ação. Um livro infanto-juvenil que nem é tão longo assim, foi dividido em três longas e desnecessárias partes (e não podemos esquecer da infame cena em que Legolas está subindo as pedras, que estão caindo, sem qualquer tipo de esforço, patético). 



9. Guerra dos Mundos (2005)




Momento polêmico. Já venho cutucando em vespeiro. Sei que muitos vão me detestar por colocar esse filme na lista, mas eu precisava colocar. Muitos amam esse filme de paixão, e o consideram o melhor filme de ficção científica existente, enquanto eu apenas o considero "méh". Não é um filme ruim, entretanto, como adaptação do livro A Guerra dos Mundos, de H. G. Wells, o filme peca e muito. Guerra dos Mundos está lotado de personagens que tomam decisões burras, personagens escandalosos e irritantes que você apenas deseja que seja obliterado pelo raio do tripoide. O livro tem uma trama intimista e sombria, com o protagonista (que em momento algum nos diz seu nome) tentando sobreviver em um mundo que ele não reconhece mais. No filme, temos Tom Cruise e seus dois filhos insuportáveis, indo para lá e para cá, e sinceramente, se você assiste um filme e não torce pelos personagens, algo deu miseravelmente errado. Sim, eu torcia. Para que o filho do protagonista virasse poeira. Fora o final do filme, em que mais uma vez, Hollywood insiste em finais felizes, enquanto que no livro, tudo termina de forma abrupta. Sem heróis de guerra ou grandes feitos, apenas pessoas quebradas que vivenciaram um evento que mudou suas vidas para sempre.


8. A Fantástica Fábrica de Chocolate (2005)



Admito que a Fantástica Fábrica de Chocolate de 2005 é até um filme charmoso de assistir, e diferente do supracitado acima, não é um filme da qual sinto aborrecimento. Porém, se formos comparar com a trama simplista do livro infantil escrito por Roald Dahl, vemos que muito do material apresentado no filme poderia ser facilmente descartado, a começar pelas caras e bocas de Willy Wonka, que de um homem excêntrico e misterioso tornou-se um bobão sorridente, e das músicas pop totalmente trash que os Oompa Loompa cantam, em uma tentativa bizarra de tentar modernizar o conto. O filme fica inflado perdendo metade do foco inicial, mantendo-se apenas na trama de Willy Wonka e seu passado com um pai rígido que não o deixava comer doces. Não é o pior filme adaptado da lista, com certeza não. Além do mais, boatos dizem que haverá uma prequência contando a vida de Willy Wonka. Deus nos ajude com a falta de criatividade Hollywoodiana. 

7. As Viagens de Gulliver (2010)



Se retirassem o título do filme e o nomeassem como "Jack Black e os Pequeninos", garanto-lhe que faria muito mais sentido. Um verdadeiro show de coisas completamente sem sentido acontecendo por minuto. Temos Jack Black, sem camisa, parando balas de canhão (são mínimas, não se preocupe), com a pança, enquanto disputa socos com um robô gigante. Creio que nada disto estava escrito no livro de Jonathan Swift, cuja obra era uma sátira quase ácida, retratando os humanos como seres burros e mesquinhos em sua pequenez. Tudo isto foi perdido na grande tela com as cenas bizarras e o roteiro infame que preferiu adaptar o filme para nossos dias, deixando a lição do livro de fora. Vergonhoso. 

6. Eu, Robô (2004)



Uma série de contos escritos por Isaac Asimov, um dos mestres da Ficção Científica, tornou-se apenas mais um filme de ação desenfreada e bastante clichê com Will Smith sendo Will Smith, e a toda a sutileza e reflexão dos contos acabara indo por ralo abaixo. Não poderia faltar um par romântico insonso, obviamente.


5. Eu Sou a Lenda (2007)



Sim, mais um filme do Will Smith sendo Will Smith. No livro original, faz todo o sentido o protagonista ser a "lenda", o "último", enquanto neste, o significado do filme perde toda a relevância quando descobre-se que ainda existem pessoas "normais". Esteja preparado para supostos vampiros com o peso de um maço de cigarros, com um CGI que envelheceu como leite um ano depois, além da troca absurda de antagonistas, pois na obra original, o protagonista enfrenta uma epidemia de vampiros com um intelecto elevado. O filme se arrasta com cenas que eram para parecerem dramáticas (como a cena que Will Smith conversa com os manequins em uma loja, realçando a sua solidão e insanidade), mas que conduzem à uma leve sensação de vergonha alheia. Salvo ainda, os outros dois personagens que aparecem na trama apenas para dificultar as coisas, serem tapados e conduzir à uma verdadeira orquestra de trapalhadas. Para não ser injusta, a cena da cachorra morrendo nos braços do Will Smith é até que bem emocionante. O livro tem uma temática muito mais pessimista e sombria, enquanto o filme, tenta a todo custo nos dar um final esperançoso e bonitinho, quebrando completamente qualquer sensação de urgência ou perigo. É, Will Smith, não foi dessa vez.




4. Uma Dobra no Tempo (2018)



A enorme desventura da Disney criada apenas com a intenção de inflar o ego da apresentadora de TV, Ophah. Um filme arrastado, chato, com atuações bem meia boca. A única coisa que se salva são os efeitos especiais e os créditos finais, pois indica que esta chatice chegou ao fim. Assim como aconteceu com "Eu, Robô", toda a sutileza do livro original foi para o brejo, com uma das personagens sendo o ápice da cafonice tendo serventia somente em recitar frases clichês de poetas famosos. O livro é repleto de teorias, viagens através do tempo-espaço e algumas mensagens cristãs escondidas que não soaram bem de jeito nenhum na grande tela, pois tudo ficou incrivelmente forçado e nada natural. Meg, que deveria ser uma protagonista carismática, não consegue passar de duas expressões faciais, Calvin é um bocó sem pulso firme, Charles Wallace que era tão agradável nos livros, não passa de um moleque remelento que temos vontade de encher de cascudos, e as Sras. Quequé, Quem e Qual são irritantes à décima potência. Ademais, o filme ficou mais conhecido pela polêmica causada pela atriz que interpreta a Capitã Marvel, quando discursou em seu vestido rosa brega que a película não foi feita para homens brancos velhos. 


3. Fahrenheit 451 (2018)



Um filme péssimo, com um roteiro péssimo, que diz basear-se em um livro ótimo e atemporal. Quem viu esta bomba passará longe do livro. Sobre a trama do livro "Fahrenheit 451": os bombeiros, cuja função no passado era apagar incêndios, hoje são os causadores dos mesmos. Sua função foi desvirtuada e a única coisa que eles sabem fazer é colocar fogos em livros, sem questionar suas ordens, pois lhe fora ensinado que livros e pensamentos são perigosos e por isso devem ser consumidos pelo fogo. 451, o número que carregam no peito significa a temperatura perfeita para a queima do papel. É um livro que aborda com perfeição a questão do autoritarismo e da censura. O filme? Uma completa perda de tempo. Michael B. Jordan está péssimo, e nós sabemos que ele é um bom ator, porém aqui o rapaz ficou limitado a apenas uma emoção, transformando-se em uma caricatura. Ao invés dos livros que induziam o Guy Montag, o então protagonista do livro a se questionar sobre sua função, temos no lugar, computadores, notebooks, celulares, internet, tirando todo o peso da mensagem inicial, trocando pelo velho clichê da tecnologia malvadona. Clarisse, a adolescente curiosa que funciona como uma ponte para que Guy comece a abrir os olhos e percebe o quão fútil é o mundo à sua volta, na adaptação da HBO é o interesse romântico de Michael B. Jordan, ora, porque não? Porque, ao invés de destruir um personagem, não destruirmos logo dois de uma vez? Um filme insípido e morno (o que é hilário por causa de seu tema em incendiar coisas), que sequer chega aos pés da trama brilhante do livro original. Passem longe.


2. Percy Jackson e o Ladrão de Raios (2010)



Harry Potter estava chegando ao seu ápice e logo teria um fim. Vendo isso, Hollywood precisou colocar as mãos em outra saga literária amada para drenar a vaquinha. Contudo, Percy Jackson deu miseravelmente errado. A começar pela escolha do elenco, que eram velhos demais para os respectivos papéis. Personalidades e etnias foram trocadas, a trama foi picotada e mudada, e a aventura que é tão agradável nos livros, tornou-se um verdadeiro Tártaro. E o que fazer quando você falha em adaptar uma saga de livros tão amada pelos jovens? Ora, faça mais um filme tão ruim quanto o primeiro, nunca falha. O resultado foi um verdadeiro prejuízo para os cofres da Fox, devido ao flop de Mar de Monstros nas bilheterias. Que aprendam a lição, pois se nem mesmo o autor dos livros gostou da adaptação cinematográfica, quem dirá os fãs. 



🤢 Menções desonrosas: 🤮

O Gato.
O Grinch (live-action e animação).
O Lorax - Em Busca da Trúfula Perdida.

Pobre Dr. Seuss. Nenhum de seus livros foi devidamente respeitado. 


1. Diário de um Banana (2021)


Pergunto-me como a Disney+ conseguiu fazer uma adaptação pior que os filmes em live action? E só para constar, Diário de um Banana lançado em 2010 funciona até hoje, sendo uma das poucas comédias em que dou genuínas risadas. É simplesmente patética a adaptação da Disney+. Nos livros, Greg Heffley é praticamente um projeto de vilão, um mini sociopata, sempre tentando se dar bem em tudo, sem nenhum peso na consciência, e com o tempo, ele passa a se tornar um bom filho, um bom amigo e um bom irmão. Na adaptação da Disney, Greg é sempre vitimizado pelas coisas que acontece ao seu redor, e Rowley, seu amigo, se tornou um merdinha, deixando a fama da popularidade subir à cabeça, tratando seu melhor amigo como lixo, coisa que nunca aconteceu nos livros e nem nas adaptações em live action. Neste filme, todos os personagens são insuportáveis. A mãe, o pai, Manny, e o próprio Rowley. A animação é feia e destoante, com visíveis quedas de frame. Rodrick, que tem uma participação grande e relevante nos livros, dura apenas dois minutos em tela. Eu conferi! Dois míseros minutos! Um filme feito por pessoas que não entendem como funcionam a cabeça de uma criança, e que novamente, preferem fazer comédia de maneira fácil, apelando para piadas nojentas e sem graça. E, para colocar sal na ferida, a Disney+ vai adaptar "Rodrick É O Cara", e estou com zero vontade em assistir, pois eles já provaram total incompetência com o projeto. Ficarei com os livros e com as adaptações em live action (exceto Caindo Na Estrada, pois este filme não existe para mim!)


Concordam com a lista? Discordam? Tem em mente outras adaptações que ficaram horríveis? Comentem. Se houver algum erro, corrigirei depois. Estou com uma dor de cabeça dos infernos.

Por hoje é só. Volto um dia.






Comentários

  1. Fooofoos.

    San estava com saudades de vc, li uns posts seus e fiquei triste pq vc ia deixar o blog, mas agora vendo este post fico feliz.
    Olha San, vc é um instrumento nas mãos de Jesus, nunca deixe o inimigo por coisas em sua mente, pois vc pertence a um Deus maravilhoso. Lutas todos nós passamos, mas Deus permite para que sejamos mais fortes, ok?
    Não desista do seu ministério, ore para o Senhor te suprir em tudo, principalmente espiritualmente, fortaleça-te no Senhor, e na força de Seu poder.
    Clame ao Espírito Santo para te guiar em tudo, beijinhos.

    Sobre o capitulo, tomara que eles aproveitem, afinal faz tempo que esses dois se gostam.
    rsrs
    A paz do Senhor.

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  2. Perfeita lista. Nem sabia que metade deles eram baseados em filmes.

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  3. Diário de um banana foi difícil de assistir. Muito ruim mesmo.

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  4. Colocaria na lista O Retrato de Dorian Gray. O filme não segue o livro e ainda engate um interesse romântico que não serve pra nada.

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    1. É assim tão ruim?

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    2. P:S: acabei de assistir e ler o livro. Sim, o filme é péssimo.

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  5. Percy Jackson é a pior adaptação disparada. Filme lixo, podre. Ainda bem q até o próprio autor odeia esse filmeco.

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    1. E pra ferrar mais ainda, eles me fazem uma sequência. Hollywood não aprende.

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