E, um dia, eu explodi. Todo o rancor, entalado em minha garganta, foi expelido de forma brusca, deixando uma mancha em mim, mostrando à tona o meu pior lado. Eu havia segurado por tanto a minha raiva, que uma coisinha de nada empurrou-me ladeira abaixo para o abismo da culpa. Minha frustração reprimida machucou a minha mãe, enquanto de minha boca jorravam palavras venenosas. Minha mãe havia dito algo errado, não lembro-me o que foi, e fui rude com ela, grossa, estúpida. E são pequenas tolices que fazem nosso temperamento explodir. O tempo passou, mas não curou a ferida outrora aberta por minhas palavras malditas, e eu sequer conseguia entender a mim mesma e não sabia a razão em estar constantemente de mau humor, chateada e enraivecida. Eu havia permitido que as minhas sentenças se tornassem afiados punhais. Machucando a mim e as pessoas ao meu redor. Depois daquela terrível experiência, passei a policiar-me mais, e notei que precisava urgentemente buscar por palavras de cura. Nec